DISPOR-DE-SI-MESMO:
NOTAS SOBRE O MATAR-SE E A POSSIBILIDADE DA VIRTUDE NO SUICÍDIO
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v10i5.44826Palavras-chave:
suicídio, decisão, ser-para-a-morte, HeideggerResumo
O objetivo deste trabalho é aportar notas filosóficas à relevante questão do dispor-de-si-mesmo, fundamento de qualquer exame do suicídio e inclusive da eutanásia. Para além do colorido macabro disseminado em torno do matar-se ao longo dos séculos, sobremodo à partir da cultura judaico-cristã, procuramos delinear a possibilidade de um matar-se como uma expressão virtuosa do ser-aí (Dasein), a verdade mais originária da presença porque a mais própria, que chamamos justamente de “dispor-de-si-mesmo” ou “decidir-sobre-si-mesmo” (statuere de se). Para levar a cabo esta empreitada, primeiro, procuramos investigar brevemente as diversas nuances deste conceito no interior do pensamento grego e, depois, na cultura romana. Na terceira parte do ensaio, a partir de um esforço de apropriação do conceito de ser-para-a-morte (Sein zum Tode) e o morrer (Sterben) - na filosofia de Martin Heidegger - concentramos nossas notas e argumentação em uma "outra" aproximação para o tema, enfatizando a possibilidade do suicídio enquanto decisão (Entschlossenheit), isto é, um modo privilegiado de abertura (Erschlossenheit) do ser-aí (Dasein).
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