"OH MEU CORPO, FAZ DE MIM UM SER QUE QUESTIONA":
O RELATO SOBRE UMA PESQUISA DE FILOSOFIA AFRICANA NO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v10i2.49112Palavras-chave:
Ancestralidade, Corpo negro, Filosofia Africana, Pesquisa acadêmicaResumo
O presente artigo trata-se de uma retomada do trajeto para a composição da minha tese sobre a filosofia africana com o intuito de relatar as influências teóricas e reflexões sobre os desafios acadêmicos para a conclusão da pesquisa. Iniciando pelo amadurecimento da temática e sua importância para o contexto brasileiro, em seguida detalhando os impedimentos epistêmicos diante de uma estrutura acadêmica que pré-estabelece normas para legitimar um conhecimento e, por fim, trazendo alguns conceitos importantes para a pesquisa de filosofia africana e suas particularidades conforme a vivência do pesquisador. Com isso, as contribuíram teóricas de Gayatri Spivak, Sueli Carneiro, Frantz Fanon e Eduardo David de Oliveira permitiram tratar das temáticas como subalternidade, racismo epistêmico, corpo negro, epistemicídio e ancestralidade. Portanto, este relato expõe como a produção de filosofia africana traz consigo o conflito com os padrões hegemônicos esperados de uma pesquisa acadêmica.
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