RUMO À CRÍTICA IMANENTE DAS FORMAS DE VIDA
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v10i4.49711Palavras-chave:
Formas de vida, Crítica imanente, Resolução de problemas, Ética, Processo histórico de experiênciasResumo
Uma crítica das formas de vida é possível? Faria sentido afirmar que as formas de vida são boas, bem-sucedidas ou mesmo racionais? Enquanto a filosofia abdicou da indagação socrática sobre “como devemos viver”, a ordem política do estado constitucional liberal se apresenta como um meio de organização de uma coexistência eticamente neutra rumo às diferentes formas de vida. A maneira como nós deveríamos conduzir nossas vidas é relegada à esfera privada, tratada como simples preferências que não podem ser questionadas. Este artigo propõe uma maneira viável sobre como podemos criticar as formas de vida por meio de uma crítica social e imanente que supera as distinções entre ética e moralidade, a vida boa e os princípios morais, ou o correto e o bom. Essa abordagem, primeiramente, requer uma exposição sobre o que são as formas de vida, como funcionam, e como sua ontologia as apresenta como passíveis de uma crítica imanente. Para que essa crítica tenha mais do que uma força normativa meramente arbitrária, o artigo demonstra, adiante, que as razões e os critérios da crítica podem ser encontrados na própria estrutura das formas de vida, uma vez que são compreendidas como processos historicamente situados de resolução de problemas. Portanto, formas de vida interagem com sua crítica através de uma dinâmica que em última instância produz crítica imanente e emancipatória.
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