A tradução de variantes linguísticas da literatura anglófona: algumas reflexões sobre dilemas éticos
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.15764302Resumo
A tradução de variantes linguísticas tem, historicamente, representado um grande desafio aos profissionais de diversas subáreas de atuação como tradução literária, tradução fílmica, localização de jogos, entre outras. Diante desse cenário, o objetivo do presente artigo é refletir sobre algumas questões éticas implicadas na tradução de variantes linguísticas no polissistema literário brasileiro, tendo como foco principal a literatura anglófona. Neste contexto, três aspectos relacionados à ética da tradução são abordados: 1) questões de ordem mercadológica; 2) questões acerca da representatividade de grupos específicos; e 3) questões acerca do lugar de fala do tradutor. As questões éticas aqui tratadas são relacionadas com debates mais amplos atrelados à profissão e à teoria da tradução, como a (in)visibilidade do tradutor, a patronagem, e os conceitos de equivalência, fidelidade e lealdade. Conclui-se que um primeiro passo para lidar com seus conflitos éticos seria que o tradutor se enxergasse verdadeiramente como reescritor; hipoteticamente, tal movimento teria a consequência de empoderá-lo para defender seu projeto tradutório com todos os seus potenciais desdobramentos, independentemente de qual o caminho escolhido.
