Enobrecedor sabor veneno-vingança de uma maquiavélica assassina
arquétipos no feminino do romanceiro popular à luz da psicologia junguiana
Palavras-chave:
Literatura Oral, Psicologia Junguiana, Romanceiro Popular, Veneno de MorianaResumo
Sendo o inconsciente coletivo dito por Jung (2008) como tendências inatas construídas e transmitidas de geração a geração desde os primórdios da humanidade, observamos o valor exuberante das manifestações de cunho oral para formação tanto do consciente, como do inconsciente coletivo. Através disso, quando Paulino (2010) afirma que a cultura popular detém um caráter atemporal e construtor dos hábitos e costumes de uma sociedade, analisa-se, pois, que a psicologia junguiana pode a considerar como um dos elementos formuladores da self do ser. A partir dessas reflexões, uma manifestação dentro desse arsenal imaginário é a literatura de caráter oral, advinda de vivências e contações de histórias que, posteriormente, foram registradas como estratégia de preservação de tal memória. Uma delas, em específico, são os romanceiros populares com gênese na tradição ibérica. Dessa forma, este estudo tem como objetivo analisar o romance “Veneno de Moriana” ou “El Veneno de Moriana” (1737) em uma das suas versões pioneiras no Brasil traduzida por Magalhães (1973), a partir de uma interpelação Junguiana, para observar o caráter promíscuo e vingativo de Juliana, protagonista do romance, através da categoria disposta pelo psicólogo como: arquétipo. Através dos dizeres teóricos de Belmonte (2020), Santos (2005), Jung (2008; 2011;2016) entre outros.