Rousseau para além de si mesmo: Nietzsche e o perfil psicológico do rousseauísmo
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v7i1.48047Palavras-chave:
Iluminismo, Inconsciente, Alma, Cogito, TipoResumo
O objetivo do presente artigo é reabilitar e aprofundar um traço da relação entre Nietzsche e Rousseau que a pesquisa Nietzsche tem relegado, possivelmente por considerá-lo óbvio e crer que nada há a se dizer a respeito: Nietzsche crítico de Rousseau. Com isso, propomo-nos trazer à luz esse traço, mas evidenciando a esfera mesma que o filósofo alemão está a levar em conta em suas observações críticas: a esfera inconsciente, que segundo Nietzsche teria ditado os rumos da filosofia de Rousseau e do rousseauísmo. Nesse sentido, abordaremos o atentado à noção de alma por Descartes no século XVII, a crescente vulnerabilização dessa noção em razão da Revolução Científica dos séculos XVII e XVIII, e a reação de alguns luminares do XVIII ao que podemos referir por um desencantamento do mundo, a reação de Rousseau. Para Nietzsche, a reação de Rousseau, mais do que uma contribuição filosófica autônoma, seria uma reincidência do filósofo e de seus seguidores em dispositivos ancestrais de relação do homem com a natureza, como o de imaginar um passado áureo de deuses e heróis e o de imputar ao meio externo ameaças que visualiza dentro de si.
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