Les Mouches: liberdade situada e reflexividades em Jean-Paul Sartre

Autores

  • Marivania Cristina Bocca Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE
  • Tiago Soares dos Santos Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.2019.50134

Resumo

Este estudo busca discutir alguns dos fundamentos teórico-metodológicos utilizados por Jean-Paul Sartre em seus escritos dramáticos – mais precisamente, em sua peça teatral Les Mouches (1943). Sartre expõe, a partir da trama dramatúrgica vivida pelo personagem Orestes, a angústia deste em ter que exercitar o segredo de sua condição ontofenomenológica de saber-se livre. Sartre então advoga, nessa peça, a favor (ou contra) Orestes na medida em que o personagem precisa, por meio de sua consciência reflexiva de liberdade, criar o seu caminho para romper com a lógica imposta socialmente, sem que, no entanto, esse processo de ruptura se afigure como uma obrigação. Isso implica a constante manutenção estrutural de Orestes como liberdade. Ora, sendo liberdade, o personagem, não pode aceitar os desígnios superiores de Júpiter, então rompendo com este. O trabalho analisa as situações particulares vividas por Orestes, bem como algumas possibilidades que por ele poderiam ter sido elencadas e as que de fato foram deliberadas. A cada decisão de Orestes um fundo de mundo se estrutura, criando novas possibilidades e projeções futuras. Ressalta-se, ainda, que não apenas Orestes é o ícone de manifestação da liberdade, mas, tanto ele, quanto todos os demais que lhe constituíam a realidade presente também escolhiam, isto é, eram livres. O que distancia Orestes dos demais? Há, de fato, uma distância existencial pelo fato de o personagem saber de sua condição de ser liberdade no mundo e os demais de serem liberdade sem, no entanto, saberem que o são. Por fim, a análise revela que toda a ação de Orestes atende a um princípio estrutural de toda e qualquer ação que tem em seu bojo a dialética e a infestação do nada sobre aquilo que é.

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Biografia do Autor

Marivania Cristina Bocca, Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Psicóloga. Mestre em Psicologia Social e da Personalidade pela PUC/RS. Especialista em Psicologia Fenomenológico-Existencial pela UNIPAR/Umuarama/PR. Especialista em Psicologia Existencialista Sartriana pela UNISUL/Florianópolis/SC. Doutora em Filosofia Moderna e Contemporânea, com ênfase na linha "Metafísica e Conhecimento" pelo Programa de Pós-Graduação de Filosofia da Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE/Toledo/PR. Doutorado "sanduíche" - na UBI – Universidade Beira Interior – Covilhã/Portugal. Contatos: fone: (45) 9 9973-0646 / e-mail: boccamc@gmail.com.br

Tiago Soares dos Santos , Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Filósofo. Mestre e Doutor em Filosofia Moderna e Contemporânea, com ênfase da linha de Metafísica e Conhecimento pelo Programa de Pós-Graduação de Filosofia da Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE/Toledo/PR. Especialista em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia pela Faculdade de Ciência e Tecnologia da Bahia. Professor da Educação Básica Técnica e Tecnológica do Instituto Federal do Paraná – Campus Umuarama. Experiência na Educação Básica, Superior e em Especializações nas modalidades presencial e EaD. Contato via e-mail: tiago.soares@ifpr.edu.br

Arquivos adicionais

Publicado

2019-12-31

Como Citar

Marivania Cristina Bocca, & Santos , T. S. dos . (2019). Les Mouches: liberdade situada e reflexividades em Jean-Paul Sartre. Aufklärung: Journal of Philosophy, 7(esp.), p.39–50. https://doi.org/10.18012/arf.2019.50134

Edição

Seção

Artigos