Atividade e Condição Humana em Hannah Arendt
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v7i3.54586Palavras-chave:
Hanah Arendt, condição humana, vida ativa, Karl MarxResumo
Gostaríamos de demonstrar neste ensaio que é possível estabelecermos uma relação de proximidade entre Arendt e Marx acerca dos conceitos de “vida activa” e “condição humana”, a despeito das críticas de Arendt à Marx na obra A Condição Humana. Sustentaremos que Marx e Arendt partem de uma concepção do homem como um ser ativo. Arendt se ancora no conceito de energeia em Aristóteles, e Marx no conceito de “atividade” do Idealismo Alemão. Ambos procuram ultrapassar o predomínio da contemplação sobre a ação. Além deste pressuposto comum, Marx, ao contrário do que diz Arendt, mas em acordo com sua perspectiva, estabelece uma distinção entre “obra”, associada ao trabalho útil produtor de valor de uso, e trabalho, pensado não como metabolismo com a natureza, como diz Arendt, mas como trabalho sob as condições capitalistas de produção. Com efeito, argumentamos que a ideia de ser ativo na sua tripla articulação com a obra, o trabalho e a ação teorizada por Arendt, prolonga a perspectiva de Marx. Sob esta ótica, o conceito de inversão, isto é, a reversão da hierarquia entre contemplação e ação, é fundamental para determinados o quanto Arendt prolonga a perspectiva de Marx.
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