A racionalidade política do Édipo piedoso
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v8i1.56184Palavras-chave:
Política, Polis, Racionalidade, PiedadeResumo
Este artigo tem por objetivo examinar algumas marcas de racionalidade na figura do herói trágico sofocliano Édipo, evidenciando que a presença da piedade e o recurso aos deuses não devem ser compreendidos como irracionais. Conforme será evidenciado, não havia na polis democrática uma cisão entre a religiosidade, a política institucional e a ação política. Mais ainda, não se pode inferir que a peça Édipo em Colono seja uma mera exaltação da piedade em detrimento da razão. Com efeito, este dilema parece ser eminentemente moderno. Para evidenciar a hipótese, este artigo trata, primeiramente, do herói trágico de Sófocles, o seu caráter inovador. Após, examina-se a complementariedade entre a ordem divina e a ordem racional na polis. Por fim, evidencia-se a racionalidade política na peça Édipo em Colono, indicando que não se trata de uma peça de simples exaltação da piedade em detrimento da razão.
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