O conceito de paciência em Kierkegaard

Autores

  • Ramon Bolivar Cavalcanti Germano Universidade Estadual da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56739

Palavras-chave:

Si-mesmo, Paciência, Mundo, Transcendência, Autotranscendência

Resumo

Nosso objetivo neste artigo é analisar o conceito de paciência em Kierkegaard assim como apresentado nos discursos edificantes Adquirir a sua alma na paciência (1843) e Preservar a sua alma na paciência (1844). Mostramos como o conceito de paciência envolve uma compreensão peculiar do Eu (si-mesmo, Selv) e como se articula aí uma relação entre a paciência e o eterno. Como isso abrimos uma perspectiva de leitura mais ampla que insere o debate específico sobre a paciência em uma discussão mais geral acerca do conceito de transcendência. Mostramos o vínculo que existe entre a paciência, como uma experiência humana de autotranscendência, e o eterno, como transcendência absoluta. O Eu que se adquire e se preserva na paciência está posto em uma situação de autotranscendência, ou seja, é retirado de sua posição autocentrada e liberado de seu apego a si mesmo e ao mundo. Em outros termos, o que a paciência nos revela é que, a conformação do si-mesmo à sua própria medida depende, antes de tudo, de um deslocamento que transtorna a mundividência autofixada do Ego.

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Biografia do Autor

Ramon Bolivar Cavalcanti Germano, Universidade Estadual da Paraíba

Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Doutor em Filosofia pelo Programa integrado de pós-graduação UFPB-UFPE-UFRN. Membro da Sociedade Brasileira de Estudos de Kierkegaard (SOBRESKI).

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Arquivos adicionais

Publicado

2020-12-16

Como Citar

Germano, R. B. C. (2020). O conceito de paciência em Kierkegaard. Aufklärung: Revista De Filosofia, 7(esp), p.51–64. https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56739