O conceito de paciência em Kierkegaard
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56739Palavras-chave:
Si-mesmo, Paciência, Mundo, Transcendência, AutotranscendênciaResumo
Nosso objetivo neste artigo é analisar o conceito de paciência em Kierkegaard assim como apresentado nos discursos edificantes Adquirir a sua alma na paciência (1843) e Preservar a sua alma na paciência (1844). Mostramos como o conceito de paciência envolve uma compreensão peculiar do Eu (si-mesmo, Selv) e como se articula aí uma relação entre a paciência e o eterno. Como isso abrimos uma perspectiva de leitura mais ampla que insere o debate específico sobre a paciência em uma discussão mais geral acerca do conceito de transcendência. Mostramos o vínculo que existe entre a paciência, como uma experiência humana de autotranscendência, e o eterno, como transcendência absoluta. O Eu que se adquire e se preserva na paciência está posto em uma situação de autotranscendência, ou seja, é retirado de sua posição autocentrada e liberado de seu apego a si mesmo e ao mundo. Em outros termos, o que a paciência nos revela é que, a conformação do si-mesmo à sua própria medida depende, antes de tudo, de um deslocamento que transtorna a mundividência autofixada do Ego.
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