Espiritualidade e Filosofia: a experiência da simpatia universal em meio ao oceanomundo
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56741Palavras-chave:
Espiritualidade, simpatia, fenomenologia, Espinosa, SchelerResumo
Neste artigo me proponho a elaborar uma resposta possível à questão acerca da relação entre filosofia e espiritualidade. Na primeira parte, pretendo delimitar o significado do termo “espírito”, tal como será empregado no aprofundamento da discussão, partindo de referências histórico-conceituais da cultura ocidental. Na segunda parte, tematizo a espiritualidade in concreto, considerando diretamente a perspectiva imanentista de assumir e experimentar a relação existencial com o sagrado. Por último, proponho, em diálogo com Max Scheler, um esboço de análise e descrição de um modo do sentimento da simpatia, a unificação afetiva [Einsfühlung]. Irei designar este sentimento de simpatia universal, justamente por possibilitar um modo de abertura da existência ao cosmos, na qual a participação e integração do singular no todo são vivenciadas positivamente. Nesta experiência de imersão reconheço um solo comum que conecta a interrogação filosófica e espiritualidade naturalista.
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