Ressentimento e civilização ocidental na filosofia de Nietzsche

Autores

  • Filipe Augusto Barreto Campello de Melo
  • Isabela Gonçalves Dourado

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56764

Palavras-chave:

Nietzsche, Genealogia da moral, civilização ocidental, ressentimento, domesticação do homem

Resumo

Em Genealogia da moral, Nietzsche investiga a origem das valorações morais com o objetivo de denunciar as concepções metafísicas de “bem” e “mal” vigentes no Ocidente. No seu entender, esses valores seriam, na realidade, frutos de determinada procedência histórica e de perspectivas avaliadoras. E, nesse mesmo sentido, o filósofo identifica o surgimento das duplas de valores “bom e ruim” e “bom e mau”, decorrentes, respectivamente, das perspectivas do “guerreiro” e do “sacerdotal”. Nietzsche compreende, ainda, que tal antagonismo moral travaria uma luta milenar na história da humanidade, isso porque as perspectivas divergentes teriam configurado – em diversas sociedades e em alternados momentos – a implementação de valores equivalente a um modo de ser sadio ou doente. Ocorreria, no entanto, que um desses modos avaliativos seria predominante no processo civilizatório ocidental – e por consequência, uma dupla de valores. Assim, os valores que vigoram no Ocidente teriam procedido de uma avaliação guiada pelo pathos do “ressentimento” – sentimento típico da classe “sacerdotal”. Dessa maneira, a “civilização”, defende Nietzsche, teria por objetivo promover uma espécie de “adestramento” humano na medida em que enfraquece os impulsos mais afirmativos e vitais dos homens e, com efeito, os direcionaria ao seu estágio mais decadente.

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Biografia do Autor

Filipe Augusto Barreto Campello de Melo

Professor Adjunto no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, coordenador do Núcleo de Estudos em Filosofia Política e Ética (NEFIPE / UFPE) e bolsista de produtividade do CNPq (2)

Isabela Gonçalves Dourado

Bacharela em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco, mestranda em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) integrante do GEN-Recife.

Referências

ITAPARICA, André L. M. Notas sobre a naturalização da moral em Nietzsche. In: PASCHAL, Edmilson e FREZZATTI, Wilson (orgs). 120 anos de “Para a genealogia da moral”. Ijuí: Unijuí, 2008.
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NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Notas

Arquivos adicionais

Publicado

2020-12-17

Como Citar

Campello de Melo, F. A. B., & Dourado, I. G. . (2020). Ressentimento e civilização ocidental na filosofia de Nietzsche. Aufklärung: Journal of Philosophy, 7(esp), p.39–50. https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56764