A Política e o Drama da Existência no Nietzsche de Leo Strauss
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v7iesp.56773Palavras-chave:
Nietzsche, Leo Strauss, Vontade de Poder, Problema da igualdade, Crítica da ModernidadeResumo
A aversão de Nietzsche ao cristianismo, à democracia e ao socialismo, pode ser traduzida por sua negação ao igualitarismo. De fato, o filósofo vê no sentimento da esperança secular e na perda do aspecto agonístico da existência, a mais radical forma de décadence. Por sua vez, Leo Strauss, vê no ataque de Nietzsche ao igualitarismo uma forma de proteger a democracia liberal moderna de si mesma. No entanto, para o professor de Chicago, propor um regime político a partir das concepções nietzschianas, certamente, não levaria o mundo a outro lugar, se não, à barbárie. Pois, Nietzsche expõe o homem a uma verdade brutal e inumana, da qual, a maioria dos homens não pode suportar. Sendo assim, Strauss, pretende usar as verdades letais de Nietzsche como uma “caixa de ferramentas”, sua crítica à modernidade lhe é fundamental para a superação do niilismo e à defesa do modo de vida filosófico, que implica na aceitação do drama da vida tal como ela é. Dito isto, esse estudo pretende mostrar que: para Nietzsche a disseminação do ideal moderno de igualdade levou o ocidente à degeneração, ao nivelar todos os indivíduos por baixo, transformá-los em rebanho, promoveu-se o parto do último homem, o que impossibilita o surgimento do gênio criativo que impõe sua vontade de poder, o Übermansch. Enquanto, para Strauss, o Pathos pela igualdade radical como valor supremo da modernidade, além de ter sido a causa das principais catástrofes da contemporaneidade, inviabiliza o surgimento do “gentleman” (homem virtuoso), e com isso, a busca da melhor sociedade, do melhor regime e da melhor forma de viver.
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