Imperfecta Ratio: possíveis conflitos lógico-hegelianos na leitura de Gênesis 3
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v9iesp.62047Palavras-chave:
Lógica, Filosofia da Religião, Gênesis 3, Criacionismo, HegelResumo
Esta pesquisa propõe-se a verificar um possível desvio metodológico feito por parte de Hegel em sua obra Filosofia da Religião, em sua análise de Gênesis 3. Ao longo do texto, o autor alemão realiza transcurso no sentido de identificar a origem da natureza do homem e a fundamentação da coexistência do bem e do mal no mesmo. Ocorre, contudo, que Hegel afirma que a serpente não enganou o Primeiro Casal, mas sim meramente os induziu, de modo que caso Adão e Eva comessem da Árvore do Bem e do Mal, se tornariam também Deus. No entanto, neste momento Hegel abandona seu sistema lógico (triádico-dialético), não enfrentando uma possível dialética (diádica) entre bem e mal, entre as duas Árvores do Paraíso, ou até mesmo entre Adão e Eva. Surge, portanto, a hipótese de que Hegel agiu propositalmente, haja vista que tais conceituações não se enquadrariam em seu sistema lógico, crítica esta compartilhada por alguns comentaristas da obra hegeliana. Este artigo visará responder à seguinte pergunta-motriz: “Houve, por parte de Hegel, um desvio metodológico proposital em sua leitura de Gênesis 3?”. Utilizando-se do método de abordagem hipotético-dedutivo, mediante revisão bibliográfica pertinente, este trabalho conclui pela confirmação do desvio de Hegel, uma vez que este, aparentemente, não consegue conjecturar raciocínios filosóficos que não encontrem seu apogeu após três momentos distintos e progressivos.
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