A autonomia na obra Contrato Social de Rousseau
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v9iesp.64837Palavras-chave:
Autonomia, Contrato Social, Política, SoberanoResumo
O conceito de autonomia, enquanto auto legislar-se, foi amplamente discutido durante o Iluminismo e a Modernidade, sobretudo por filósofos ligados à ética e filosofia política. Rousseau desenvolveu, em sua teoria política, uma relação intrínseca entre autonomia e a plena participação política do cidadão no soberano, isto é, no corpo político ou no conjunto de pessoas que, unidas em contrato, formam a sociedade. O objetivo deste artigo é desenvolver reflexões acerca da autonomia e sua importância na teoria filosófica expressa no Contrato Social de Rousseau. Ao analisar a obra, é possível afirmar que a autonomia gera implicações na organização social proposta pelo pensador genebrino. Pode-se dizer ainda que elementos como cidadania, educação civil, igualdade, liberdade, patriotismo e a vontade geral, que são conceitos fundamentais para a compreensão do contratualismo de Rousseau expresso no Contrato Social, têm ramificações do conceito de autonomia e são por isso implicações, ou seja, consequências naturais desse conceito basilar. Para isso, a pesquisa está embasada em uma revisão de literatura de estudos publicados sobre o tema e a análise da obra Contrato Social. Em suma, o artigo demonstra como a autonomia é basilar na visão rousseauniana para a “saúde” do corpo político e sua própria manutenção enquanto pessoa moral, em contrapartida, a falta da mesma causa a morte do soberano.
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