Espectros e corpos femininos: gritos da noite
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2020v30n1.51713Palavras-chave:
Espectros, Mulher, Animal, NoiteResumo
O presente texto é tecido a partir de uma trama onde se insinuam sucessivamente a noite, a escuridão, inúmeros e provocadores espectros, além dos historicamente excluídos e relegados à dimensão das trevas – as mulheres, os animais, seus híbridos – e as quase sempre estranhas dimensões da arte e da literatura, espaços permissivos a seus ecos. Buscamos imagens na escrita de uma autora contemporânea, Clarice Lispector, e as cotejamos com pinturas surrealistas, de André Bresson e Salvador Dalí, constituindo um conjunto de espectros que motivaram pensamentos sobre a espectrologia derridiana e sobre princípios de exclusão que perdem força diante do contorno da metafísica da presença, permitindo ver nas expressões do noturno no gótico uma positivação das potências orgânicas do feminino e do animal.