Misoginia como retórica política: o caso do movimento antissufrágio

Autores

  • Júlia Cavalcanti Versiani dos Anjos UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2020v30n1.53123

Palavras-chave:

Misoginia, Política, Feminismo, Antissufrágio

Resumo

Este artigo tem o objetivo de analisar os usos políticos da misoginia, tomando como delimitação temática a disputa pelo sufrágio feminino, ocorrida a partir do final do século XIX. Mais especificamente, serão examinadas três táticas empregadas naquele momento, nos Estados Unidos, na França e no Brasil, para incitar ódio em relação às mulheres que lutavam pelo voto: (i) separação entre mulheres boas e mulheres más e categorização das sufragistas na última classe; (ii) definição deste grupo como uma ameaça; (iii) uso de repressão simbólica à identidade coletiva das sufragistas. A utilização deste conjunto de procedimentos comprova que o discurso que ridicularizava as sufragistas, mais do que sexista e desrespeitoso, pode ser caracterizado como misógino, visto que colaborou para uma aniquilação simbólica daquele grupo de mulheres.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2020-12-22

Como Citar

CAVALCANTI VERSIANI DOS ANJOS, J. Misoginia como retórica política: o caso do movimento antissufrágio. Revista Ártemis, [S. l.], v. 30, n. 1, p. 401–421, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.1807-8214.2020v30n1.53123. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/artemis/article/view/53123. Acesso em: 24 abr. 2024.