Cidade das mulheres em Quincas Berro D’Água: representações femininas em narrativas de Jorge Amado
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2020v30n1.55728Palavras-chave:
Literatura, Quincas Berro D'Água, Representação Literária, Cidade, IdentidadeResumo
Foram muitas as mulheres que marcaram a escrita poética, cronista e intempestiva de Jorge Amado. Em meio a fantasia, mestiçagem e sexualização, personagens femininas questionaram padrões normativos, a fim de suplantar opressões, discursos e estigmas. Este artigo propõe-se a apresentar uma leitura sobre algumas representações femininas presentes no romance “A morte e a morte de Quincas Berro D’Água” (1961), do escritor baiano. A análise do texto busca problematizar o papel social exercido pelas personagens representadas por mulheres, que na obra, revelam como intencionalidades coloniais reverberam na construção das identidades de mulheres diversas, também em meados do século XX. A partir das experiências observadas nas “ganhadeiras”, prostituas e nas ditas, “mulheres de família”, notaremos como construtos sociais associados a dispositivos de poder e controle se materializavam na urbe soteropolitana. Por meio de relações de trabalho, políticas, culturais, simbólicas e afetivas, notar-se-á como estas construções, operavam pelo viés da raça e do gênero, na produção de geografias existenciais na cidade do Salvador daquela época.