Os olhos e as mãos de Iemanjá narram a cidade Paraíba
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1807-8214.2023v36n1.68953Palavras-chave:
Iemanjá, Oralitura, Patrimonialização da cultura, Educação antirracista, ParaíbaResumo
Apresento nesse artigo alguns resultados da pesquisa de pós-doutorado desenvolvida no período de setembro de 2021 a agosto de 2023, no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, sob a supervisão da professora Marta Araújo. Discuto sobre memória de trauma/memórias de resistência (Vecchi, 2020), território, museu decolonial (Vergès, 2017) e oralituras (Leda Maria Martins, 2003), conceitos/aproximações que nos ajudam a pensar sobre patrimonialização da cultura, educação antirracista e narrativas de povos de terreiro sobre e a partir das cidades. Percorro a narrativa de violência contra os povos de terreiro na cidade de João Pessoa, Paraíba, tomando com exemplos os atos de vandalismo contra a estátua da Iemanjá, a Santinha, erguida na praia do Cabo Branco, ponto mais oriental das américas. Nesse caminho, apresento questões e algumas propostas para pensar as cidades como teatros da memória ou como fóruns (Rahul Rao, 2016) e as narrativas de mulheres, principalmente, como guias de percurso.