Percepção sobre os macrofungos em uma comunidade rural na Caatinga, Nordeste do Brasil

Authors

  • Santina Barbosa de Sousa Universidade Federal do Piauí
  • José de Ribamar de Sousa Rocha Universidade Federal do Piauí
  • Reinaldo Farias Paiva Lucena Universidade Federal da Paraíba
  • Roseli Farias Melo de Barros Universidade Federal do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2017v11n2.35056

Abstract

A percepção do homem para com os macrofungos ocorre por meio das cores, formas e ação no meio, despertando curiosidades e o interesse por eles. Dessa forma, objetivou-se compreender como uma comunidade rural manifesta os fenômenos observados dos macrofungos conhecidos/usados, com base em suas experiências particulares e a manutenção do conhecimento pela transmissão intergeracional dos saberes. Utilizou-se entrevista semiestrutura acompanhada de álbum seriado de fotografias com 56 informantes da comunidade Novo Zabelê, seguida de turnê-guiada. A percepção está relacionada com surgimento no ambiente, sazonalidade, utilização lúdica e medicinal, condição climática e função ecológica. A maioria (91%) retrata a infância como início do conhecimento sobre os fungos, onde a família contribuiu para obtenção dos saberes, por meio da tradição oral quanto aos nomes vernaculares e função na natureza, sendo transmitido intergeracionalmente, onde a percepção negativa foi expressa pela afirmação de que fazem mal para saúde ou não são uteis e a positiva com atribuição de importância para natureza e uso na medicinal popular. Os dados reforçam que a percepção sobre os fungos é constituída culturalmente e, podem contribuir para o conhecimento da biodiversidade local e a etnoconservação da Caatinga.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Santina Barbosa de Sousa, Universidade Federal do Piauí

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA)/ UFPI

José de Ribamar de Sousa Rocha, Universidade Federal do Piauí

Professor do Centro de Ciências Naturais. Departamento de Biologia, Teresina, Piauí e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA).

Reinaldo Farias Paiva Lucena, Universidade Federal da Paraíba

Professor do Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Fitotecnia e Ciências Ambientais e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA).

Roseli Farias Melo de Barros, Universidade Federal do Piauí

Professora do Centro de Ciências Naturais. Departamento de Biologia, Teresina, Piauí e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA).

References

Albuquerque U P, Lucena F P R, Alencar L N. 2010. Métodos e Técnicas para coleta de dados etnobiológicos. In: Albuquerque U P, Lucena R F P, Cunha L V F.C. 2010. (Orgs). Métodos e Técnicas na pesquisa Etnobiológica e Etnoecológica. Recife-PE: NUPEEA, 41-63 p.

Alexopoulos C J, Mims C W, Blackwell M. Introductory Mycology. 1996. New York, 865 p.

Almeida Neto J R, Costa Neto E M, Silva P R R, Barros, R F M. 2015. Percepções sobre insetos em duas comunidades rurais da Serra do Passa Tempo, Nordeste do Brasil. Revista Espacios , vol. 36, n.11.

Amazonas M A L, Siqueira P. 2003. Champignon do Brasil (Agaricus brasiliensis): Ciência, Saúde e Sabor, Colombo: Embrapa Florestas, 45 p.

Begossi A. 1993. Ecologia Humana: um enfoque das relações homem-Ambiente, Interciência, vol. 18, n. 1, pp. 121-132.

Burrola-Aguilar C; Montiell O, Garibay-Orijel R, Zizumbo-Villarreal L. 2012. Conocimiento tradicional y aprovechamiento de los hongos comestibles silvestres em la región de Amanalco, Estado de México. Revista Mexicana de Micologia, v.35.

CEPRO – Fundação Centro de Pesquisas. 2010. Perfil dos municípios, Teresina: Fundação CEPRO.

Fidalgo O, Bononi V L R. 2007. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. Instituto de Botânica, São Paulo nº 4, 62 p.

Folhes M T, Donald N. 2007 Previsão tradicional de tempo e clima no Ceará: o conhecimento popular a serviço da ciência. Sociedade & Natureza, Uberlândia, vol.19 n.2, pp.19-31.

Galeno A S. 1998. Seca e inverno “experiências” dos matutos. Fortaleza: Coopcultura, 97 p.

Godoi P E. 1999. O trabalho da memória: cotidiano e história no sertão do Piauí. Campinas, SP: Unicamp, 55 p.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 2010. Aspectos físicos de São Raimundo Nonato. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 10 ago. 2014

Ishikawa N K, Vargas-Isla R, Chaves R S, Cabral T S. 2102. Macrofungos da Amazônia: importância e potencialidades. Ciência &Ambiente, vol.44, pp.129-139.

Leff E. 2010 Epistomologia Ambiental. Cortez, São Paulo,5. Ed, 239 p.

Lopes P P, Franco I L, Oliveira L R M, Reis V G R. 2013. “Insetos na escola: desvendando o mundo dos insetos para as crianças”, Revista Ciência em Extensão,vol.9, n.3, pp.125-134.

Matos T C C. 2012. Imperativos político-normativos da política ambiental e da reforma agrária: impactos da comunidade Zabelê. In: XV ENCONTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO NORTE E NORDESTE e PRÉ-ALAS BRASIL, 2012,Teresina-PI/Brasil. Anais... Teresina.

Medeiros P M, Almeida A L S, Lucena R F P, Souto F J B, Albuquerque U P O. 2010. O uso de estímulos visuais em Pesquisa etnobiológico. 2010. In: ALBUQUERUQE, U. P.; LUCENA, R. F. P.; CUNHA, L.V..F.C (Org). Métodos e Técnicas em Etnobiologia e Etnoecologia. Recife-PE: NUPEEA, 558 p.

Pennesi K, Souza C R B. 2012. O encontro anual dos profetas da chuva em Quixadá, Ceará: a circulação de discursos na invenção de uma tradição. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, vol.18 n.38.

Pereira B E, Diegues A C. 2010. Conhecimento de populações tradicionais como possibilidade de conservação da natureza: uma reflexão sobre a perspectiva da etnoconservação. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 22, pp. 37-50.

Raven P H, Evert R F, Eichorn S E. 2001. Biologia Vegetal. Ed. Guanabara Koogan S.A,874.

Rosa M. Orey D C. 2014. Aproximando diferentes campos de conhecimento em educação: a etnomatemática, a etnobiologia e a etnoecologia. Vidya, v. 34, n. 1, pp.1- 14.

Ruan-Soto F, Garibay-Orijel R, Joaquim C. 2004. Conocimiento micológico tradicional em la planície costera del Golfo de México. Revista Mexicana de Micologia, v. 19, pp. 57-70.

Ruan-Soto F, Marianca M R, Cifuentes J, Aguirre L F, Pérrez-Ramírez L, Sierra-Galván S. 2007. Nomenclatura, classificación y percepciones local es acerca de los hongos em dos comunidades de La selva Lacandona, Chiapas, México. Etnobiología, vol.5, pp.1-20.

Ruan-Soto F, Cifuentes J, Marianca M R, Limon F, Pérez-Ramiry L, Sierra S. 2009. Uso y manejo de hongos silvestres em dos cumnidades de la Selva Lacadona, Chiapas, México. Revista Mexicana Micologia,v.29.

Silva T C, Albuquerque U P. 2014. O que é percepção ambiental? In: Albuquerque U P. Introdução à Etnobiologia. Recife-PE: NUPEEA, 55-58 p.

Soldati G T. 2013. Transmissão de conhecimento: origem social das informações e da evolução cultural. In: Albuquerque, U.P. (org.) Etnobiologia: bases ecológicas e evolutivas. Recife, PE: NUPEEA, 37 - 51p.

Vasco-Palacios A M, Suaza S C, Castaño-Betancur M, Franco-Molano A E. 2008. Conhecimento etnoecológico de fungos entre os indígenas Uitoto, Muinane e Andoke da Amazônia Colombiana. Acta Amazônica, vol.38, n.1, pp. 17-30.

Vargas-Isla R, Cabral T S, Ishikawa N K. 2014. Instruções de coleta de macrofungos Agaricales e gateroides. INPA, Manaus, 30p.

Published

2017-07-29

How to Cite

SOUSA, S. B. de; ROCHA, J. de R. de S.; LUCENA, R. F. P.; BARROS, R. F. M. de. Percepção sobre os macrofungos em uma comunidade rural na Caatinga, Nordeste do Brasil. Gaia Scientia, [S. l.], v. 11, n. 2, 2017. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2017v11n2.35056. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/gaia/article/view/35056. Acesso em: 21 nov. 2024.

Issue

Section

Ciências Ambientais

Most read articles by the same author(s)

1 2 3 > >>