“Eu não vou sucumbir”: Elza Soares e sua performance da sobrevivência

Autores

  • Maximiliano Torres
  • Douglas Ernesto Fernandes Gonçalves

Resumo

Elza da Conceição Soares (1930 - 2022), renomada intérprete do cancioneiro nacional, traz em sua performance o grito de milhões de brasileiros que nasceram em situação de pobreza, lutaram e lutam todos os dias por condições para, simplesmente, sobreviver. Em um país constituído por um plano autoritário que proporciona as mais diversas formas de desigualdade para seus cidadãos (SCHWARCZ, 2019), Elza Soares subverteu a máxima da sociedade branca-cis-hetero-patriarcal ao utilizar seu timbre vocal único como meio de subsistência, não só para si, mas também para toda a família. Neste trabalho, destacaremos a forma com que a cantora utilizou seu corpo para lutar contra todas as violências das quais foi vítima por ser mulher, preta, pobre numa sociedade misógina, racista e classista, que pouco valoriza a cultura nacional. Nos seus quase 70 anos de carreira, desde o arroubo visionário de Ary Barroso, ao declarar que em seu programa “nascia uma estrela” até as homenagens recebidas em prêmios e reconhecimentos públicos, buscaremos por meio dos álbuns, Mulher do Fim do Mundo (2015), Deus é mulher (2018) e Planeta Fome (2019), constatar a eminente contribuição da sua vocação artística para lutas de gênero, classe e raça na sociedade brasileira, com o que chamamos, aqui, de “performance da sobrevivência”.

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Publicado

2022-12-15

Como Citar

TORRES, M.; FERNANDES GONÇALVES, D. E. “Eu não vou sucumbir”: Elza Soares e sua performance da sobrevivência. Revista Ártemis, [S. l.], v. 34, n. 1, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/artemis/article/view/65174. Acesso em: 4 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Leituras decoloniais e feministas na literatura e outras artes