Mulheres em Marcha: o Canto das Margaridas que não cessam de lutar
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1887-8214.2024v38n1.71690Palavras-chave:
Feminismo popular camponês, Manifestações, Resistência, Políticas públicasResumo
Este artigo aborda o “Canto das Margaridas”, entoado na 7ª Marcha das Margaridas de 2023, importante movimento de mulheres trabalhadoras rurais no Brasil. Ao longo dos anos, essas marchas se consolidaram como fundamental meio de expressar demandas relacionadas a gênero, terra, trabalho e justiça socioambiental. O movimento busca promover condições mais justas para as mulheres rurais, ampliando suas causas com o uso das músicas e dos gritos de alerta. Analisa-se o “Canto das Margaridas” como uma forma de denunciar questões e desafios enfrentados pelas participantes em sua busca por uma sociedade mais equitativa e sustentável. Para isso, utiliza-se uma abordagem qualitativa, e fundamentados nos aportes de Pêcheux e Maingueneau recorreu-se a análise do discurso dos versos entoados. Para enriquecer essa análise, o artigo dialoga com teóricas como Bell Hooks, Angela Davis, Judith Butler, além de Franz Fanon e Paulo Freire. Essas perspectivas teóricas fornecem uma base crítica para compreender as interseções entre gênero, raça, classe e colonialismo, assim como as pedagogias emancipadoras e críticas que informam a luta das mulheres trabalhadoras rurais nas marchas. A análise destaca a luta por políticas públicas agrárias, com ênfase na questão de gênero, ressaltando sua relevância nas discussões realizadas no Congresso Brasileiro em 2023.