Etnobiologia do caranguejo de água doce Trichodactylus fluviatilis Latreille, 1828 no povoado de Pedra Branca, Santa Teresinha, Bahia

Autores

  • Tiago Rosário da Silva
  • Eraldo Medeiros Costa Neto
  • Sérgio Schwaz da Rocha

Resumo

O presente estudo objetivou registrar os saberes locais a respeito de Trichodactylus fluviatilis Latreille, 1828. A área de estudo é conhecida como córrego da Velha Eugênia, localizado no povoado de Pedra Branca, município de Santa Teresinha, Bahia. Os dados foram obtidos de janeiro a dezembro de 2011 mediante realização de entrevistas abertas e semiestruturadas, recorrendo-se a técnicas usuais de registro etnográfico. Foram entrevistados 11 mulheres e 8 homens, cujas idades variaram de 12 a 81 anos. Os objetivos da pesquisa eram explicados de maneira clara no início de cada nova entrevista, perguntando-se aos moradores se consentiam em prestar informações. Os entrevistados forneceram informações relevantes, como: modos de utilização, habitat, classificação e reprodução dos crustáceos. O conhecimento etnobiológico é transmitido intergeracionalmente. Os moradores costumavam frequentar o córrego da Velha Eugênia por diversos motivos: pescar, banhar-se, lavar roupas, pegar água ou diversão. Na percepção local, o caranguejo é percebido e classificado como um tipo de “peixe” ou, às vezes, como “inseto”. Os indivíduos caracterizaram os caranguejos quanto a diferentes critérios morfológicos, como cor, tamanho, dimorfismo sexual e heteroquelia. O período reprodutivo foi citado como sendo na época do verão ou “tempo das águas”. Os crustáceos costumavam ser bastante aproveitados como recurso alimentar. Hoje em dia, raramente eles são pescados. Houve registro do uso desses animais como remédio para o tratamento de asma. Os moradores do povoado de Pedra Branca percebem os impactos antrópicos na Serra da Jiboia e as consequências na natureza. Todos os entrevistados se mostraram muito preocupados com a diminuição da quantidade de água no córrego e com a redução da biodiversidade. Eles sugerem várias atividades a serem realizadas como forma de reparar as ações humanas.

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Como Citar

DA SILVA, T. R.; COSTA NETO, E. M.; DA ROCHA, S. S. Etnobiologia do caranguejo de água doce Trichodactylus fluviatilis Latreille, 1828 no povoado de Pedra Branca, Santa Teresinha, Bahia. Gaia Scientia, [S. l.], v. 8, n. 1, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/gaia/article/view/18020. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais

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