Florísitica, fitossociologia e caracterização sucessional em um remanescente de Caatinga em Sergipe

Autores

  • Ana Cecília da Cruz Silva Universidade Federal de Sergipe
  • Ana Paula do Nascimento Prata Universidade Federal de Sergipe
  • Anabel Aparecida de Mello Universidade Federal de Sergipe

Resumo

Objetivou-se determinar a composição florística e caracterizar a estrutura e o estágio sucessional da vegetação lenhosa em uma área de Caatinga em Sergipe. Para o levantamento florístico e fitossociológico foi selecionada uma área de 251 ha e foram demarcadas 30 parcelas de 20×20 m, dentro das quais as espécies arbustivas e arbóreas com CAP maior que 6 cm foram coletadas e tiveram alturas e circunferências medidas. Foram amostrados 1854 indivíduos, pertencentes a 31 espécies e 17 famílias. As espécies com maiores valores fitossociológicos foram Poincianella pyramidalis, Commiphora leptophloeos, Jatropha mollissima, Aspidosperma pyrifolium e Bauhinia cheilantha, sendo que a primeira predominou em todos os parâmetros. O índice de diversidade (H’ = 1,72) está entre os índices mais baixos comparados a outros estudos em vegetação de Caatinga. O maior número de indivíduos concentrou-se nas três classes de diâmetros inferiores (94,8%) e no estrato médio, com altura entre 3,27 m e 5,95 m (68,9%). As secundárias iniciais predominaram em maior número de espécies, contudo as pioneiras prevaleceram nas espécies com maior valor de importância e em número de indivíduos. A área de estudo ainda está muito degradada, sendo que o tempo de conservação não foi suficiente para que os indivíduos alcancem seu porte adequado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Cecília da Cruz Silva, Universidade Federal de Sergipe

Universidade Federal de Sergipe

Ana Paula do Nascimento Prata, Universidade Federal de Sergipe

Universidade Federal de Sergipe

Anabel Aparecida de Mello, Universidade Federal de Sergipe

Universidade Federal de Sergipe

Referências

AB’SÁBER A.N. 1990. Floram: Nordeste Seco. Revista do Instituto de Estudos avançados, 4(9): 149-174.

ALCOFORADO-FILHO F.G., ALVES JUNIOR F.T., LANA M.D., MARANGON L.C. & FELICIANO A.L.P. 2003. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, 17(2): 287-303.

AMORIM I.L., ALVES JUNIOR F.T., LANA M.D., MARANGON L.C. & FELICIANO A.L.P. 2005. Flora e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea de uma área de caatinga do Seridó, RN, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 19(3): 615-623.

ANDRADE L.A., PEREIRA I.M., LEITE U.T. & BARBOSA M.R.V. 2005. Análise da cobertura de uso de duas fitofisionomias de caatinga, com diferentes históricos de uso, no município de São João do Cariri, estado da Paraíba. Cerne, 11(3): 253-262.

ANDRADE-LIMA D. 1981. The Caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica, 4(2): 149-163.

APG III – Angiosperm Phylogeny Group III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group Classification for the Orders and Families of Flowering Plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, 161: 105-121.

BARBOSA M.R.V., LIMA I.B., LIMA J.R., CUNHA J.P.C., AGRA M.F. & THOMAS W.W. 2007. Vegetação e flora no Cariri Paraibano. Oecologia Brasileira, 11(3): 313-322.

BRANDÃO C.F.L.S., ALVES JUNIOR F.T., LANA M.D., MARANGON L.C. & FELICIANO A.L.P. 2011. Distribuição espacial, sucessão e dispersão do componente arbóreo em remanescente de Floresta Atlântica, Igarassu, Pernambuco. Revista Verde, 6(2): 218-229.

BRASIL. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000. 2000. http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9985.htm. (Acesso em 08/01/2010).

BRASILEIRO R.S. 2009. Alternativas de desenvolvimento sustentável no semiárido nordestino: da degradação à conservação. Scientia Plena, 5(2): 1-12.

BROWER J.E. & ZAR J.H. 1984. Field and laboratory methods for general ecology. Dubuque: W. M. C. Brown, 288 p.

CALIXTO JUNIOR J.T. & DRUMOND M.A. 2011. Estrutura fitossociológica de um fragmento de Caatinga Sensu Stricto 30 anos após corte raso, Petrolina-PE, Brasil. Revista Caatinga, 24(2): 67-74.

CARDOSO D.B.O.S. & QUEIROZ L.P. 2007. Diversidade de Fabaceae nas Caatingas de Tucano, Bahia: implicações para a fitogeografia do semi-árido do nordeste do Brasil. Rodriguésia, 58(2): 379-391.

CARVALHO E.C.D., SOUZA B.C. & TROVÃO D.M.B.M. 2012. Ecological succession in two remnants of the Caatinga in the semi-arid tropics of Brazil. Revista Brasileira de Biociências, 10(1): 3-19.

CASTELLETTI C.H.M., SILVA J.M.C., TABARELLI M. & SANTOS A.M.M. 2003. Quanto ainda resta da Caatinga? Uma estimativa Preliminar. p. 91-100. In: SILVA J.M.C., TABARELLI M., FONSECA M.T. & LINS L.V. (Org.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Universidade Federal de Pernambuco.

CAVALCANTI A.D.C., RODAL M.J.N., SAMPAIO E.V.S.B. & COSTA K.C.C. 2009. Mudanças florísticas e estruturais, após cinco anos, em uma comunidade de Caatinga no estado de Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 23(4): 1210-1212.

CIENTEC. 2006. Mata Nativa 2: Manual do Usuário. Viçosa: Cientec, 288 p.

COLMANETTI M.A.A. & BARBOSA L.M. 2013. Fitossociologia e estrutura do estrato arbóreo de um reflorestamento com espécies nativas em Mogi-Guaçu, SP, Brasil. Hoehnea, 40(3): 419-435.

DÓRIA NETO A.L. 2009. Florística e fitossociologia de uma área de Caatinga em Porto da Folha, Sergipe. Monografia (Graduação de Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 37 f.

DUARTE R. 2002. Dois modelos para a convivência do produtor rural com o ambiente do Semi-árido Nordestino. Revista Econômica do Nordeste, 33(1): 24-34.

FABRICANTE J.R. & ANDRADE L.A. 2007. Análise estrutural de um remanescente de Caatinga no Seridó Paraibano. Oecologia Brasileira, 11(3): 341-349.

FABRICANTE J.R., FEITOSA S.S., BEZERRA F.T.C., FEITOSA R.C. & XAVIER K.R.F. 2009. Análise populacional de Caesalpinia pyramidalis Tul. (Fabaceae Lindl.) na caatinga da região do Seridó nordestino. Revista Brasileira de Biociências, 7(3): 285-290.

FERREIRA E.V.R. 2011. Composição florística, estrutura da comunidade e síndrome de dispersão de um remanescente de Caatinga em Poço Verde - Sergipe. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 81 f.

FONSECA M.R. 1991. Análise da vegetação arbustivo-arbórea da caatinga hiperxerófila do noroeste do estado de Sergipe. Tese (Doutorado em Botânica) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 187 f.

FORZZA R.C., Leitman P., Walter B.M.T., Costa A., Pirani J.R., Morim M.P., Queiroz L.P., Martinelli G., Peixoto A.L., Coelho M.A.N., Stehmann J.R., Baumgratz J.F.A., Lohmann L.G. & Hopkins M. 2015. Angiospermas. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/. (Acesso em 15/01/2015).

GALINDO I.C.L., RIBEIRO M.R., SANTOS M.F.A.V., LIMA J.F.W.F. & FEREIRA R.F.A.L. 2008. Relações solo-vegetação em áreas sob processo de desertificação no município de Jataúba, PE. Revista Brasileira de Ciências do Solo, 32(3): 1283-1296.

GANDOLFI S., LEITÃO-FILHO H.F. & BEZERRA C.L.F. 1995. Levantamento florístico e caráter sucessional das espécies arbustivo arbóreas de uma floresta mesófila semi-decídua no município de Guarulhos, SP. Revista Brasileira de Biologia, 55: 753-767.

GIULIETTI A.M. (Coord). 2003. Vegetação: áreas e ações prioritárias para a conservação da Caatinga. p. 113-131. In: SILVA J.M.C., TABARELLI M., FONSECA M.T. & LINS L.V. (Orgs.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Universidade Federal de Pernambuco.

GIULIETTI A.M., HARLEY R.M., QUEIROZ L.P., WANDERLEY M.G.L. & VAN DEN BERG C. 2005. Biodiversidade e conservação das plantas no Brasil. Megadiversidade, 1(1): 52-61.

GUEDES R.S., ZANELLA F.C.V., COSTA JÚNIOR J.E.V., SANTANA G.M. & SILVA J.A. 2012. Caracterização florístico-fitossociológica do componente lenhoso de um trecho de Caatinga no semiárido Paraibano. Revista Caatinga, 25(2): 99-108.

JACOMINE P.K.T., MONTENEGRO J.O., RIBEIRO M.R. & FORMIGA R.A. 1975. Levantamento exploratório-reconhecimento de solos do estado de Sergipe. Boletim técnico, 36; Série Recursos de Solos, 6. Recife: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.

LACERDA A.V., BARBOSA F.M. & BARBOSA M.R.V. 2005. Levantamento florístico do componente arbustivo-arbóreo da vegetação ciliar na bacia do rio Taperoá, PB, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 19(3): 647-656.

LEAL I.R., SILVA J.M.C., TABARELLI M. & LACHER JR. T.E. 2005. Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do Nordeste do Brasil. Megadiversidade, 1(1): 139-146.

LEAL I.R., VICENTE A. & TABARELLI M. 2003. Herbivoria por caprinos na Caatinga da região de Xingó: uma análise preliminar. p. 695-716. In: LEAL I.R. (Org.). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Editora da UFPE.

MACHADO W.J. 2011. Composição florística e estrutura da vegetação em uma área de Caatinga e brejo de altitude na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 84 f.

MISSOURI BOTANICAL GARDEN’S VAST – MOBOT. 2013. Tropicos. http://www.tropicos.org/. (Acesso em 15/01/2015).

MUELLER-DOMBOIS D. & ELLENBERG H. 1974. Aims and methods of vegetation ecology. New York: Wiley.

OLIVEIRA D.G. 2012. Análise da vegetação em um fragmento de Caatinga no município de Porto da Folha, Sergipe, Brasil. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) - São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 145 f.

PÉLLICO NETTO S. & BRENA D.A. 1997. Inventário Florestal. Curitiba: Editorado pelos autores, 316 p.

PENNINGTON R.T., LAVIN L., PRADO D.E., PENDRY C.A., PELL S.K. & BUTTERWORTH C.A. 2004. Historical climate change and speciation: neotropical seasonally dry forest plants show patterns of both Tertiary and Quaternary diversification. Philosophical Transactions: Biological Sciences, 359(1443): 515-538.

PEREIRA JÚNIOR L.R., ANDRADE A.P. & ARAÚJO K.D. 2003. Composição florística e fitossociológica de um fragmento de Caatinga em Monteiro, PB. Holos, 28(6): 73-87.

PRADO D.E. 2003. As Caatingas da América do Sul. p. 3-74. In: LEAL I.R., TABARELLI M., SILVA J.M.C. (Orgs.). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Editora da UFPE.

PRATA E.M.B., ASSIS M.A. & JOLY C.A. 2011. Composição florística e estrutura da comunidade arbórea na transição da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas - Floresta Ombrófila Densa Submontana do Núcleo Picinguaba/PESM, Ubatuba, sudeste do Brasil. Biota Neotropica, 11(2): 285-299.

RIBEIRO A.S. & MELLO A.A. 2007. Diagnóstico da biota. p. 12-20. In: RIBEIRO A.S. (Coord.). Estudos para criação do Monumento Natural Grota do Angico. Sergipe: Governo de Sergipe, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos.

RMFC - Comitê técnico científico da rede de manejo florestal da Caatinga. 2005. Rede de manejo florestal da Caatinga: protocolo de medições de parcelas permanentes. Recife: Associação Plantas do Nordeste, 21 p.

ROCHA S.M. 2012. Variação temporal e sazonal na estrutura e reprodução de uma taxocenose de lagartos em uma área de Caatinga no Alto Sertão Sergipano. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão. 92 f.

ROCHELLE A.L.C., CIELO-FILHO R. & MARTINS F.R. 2011. Florística e estrutura de um trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica Submontana no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba/SP, Brasil. Biota Neotropica, 11(2): 337-346.

SÁ I.B., RICHÉ G.R. & FOTIUS G.A. 2003. As paisagens e o processo de degradação do semi-árido nordestino. p. 17-36. In: SILVA J.M.C. (Org.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Universidade Federal de Pernambuco.

SANTOS A.F. & ANDRADE J.A. 1992. Delimitação e regionalização do Brasil Semi-árido. Aracaju: CCPQ/SUDENE/UFS, 232 p.

SANTOS A.M. & TABARELLI M. 2002. Distance from roads and cities as a predictor of habitat loss and fragmentation in the Caatinga vegetation of Brazil. Brazilian Journal of Biology, 62(4B): 897-905.

SANTOS M.F.A.V., GUERRA T.N.F., SOTERO M.C. & SANTOS J.I.N. 2009. Diversidade e densidade de espécies vegetais da Caatinga com diferentes graus de degradação no município de Floresta, Pernambuco, Brasil. Rodriguésia, 60(2): 389-402.

SANTOS R.M., VIEIRA F.A., SANTOS P.F., MORAIS V.M. & MEDEIROS M.A. 2008. Estrutura e florística de um remanescente florestal Fazenda Ribeirão, município de Juvenília, MG, Brasil. Revista Caatinga, 21(4): 154-162.

SARMIENTO G. 1975. The Dry Plant Formations of South America and Their Floristic. Journal of Biogeography, 2(4): 233-251.

SCOLFORO J.R.S. & MELLO J.M. 2006. Inventário florestal. Lavras: UFLA/FAEPE, 561 p.

SEMARH – Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. 2010. Unidades de Conservação. http://www.semarh.se.gov.br/biodiversidade/modules/tinyd0/index.php?id=11. (Acesso em 02/05/2010).

SILVA A.C.C., PRATA A.P.N. & MELO A.A. 2013. Aspectos de ecologia de paisagem e ameaças à biodiversidade em uma unidade de conservação na Caatinga, em Sergipe. Revista Árvore, 37(3): 479-490.

SILVA R.A., SANTOS A.M.M. & TABARELLI M. 2003. Riqueza e diversidade de plantas lenhosas em cinco unidades de paisagem da Caatinga. p. 337-365. In: LEAL I.R., TABARELLI M. & SILVA J.M.C. (Orgs). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Editora da UFPE.

SOUZA G.V. 1983. Estrutura da vegetação da caatinga hipoxerófila do estado de Sergipe. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 95 f.

VELLOSO A.L., SAMPAIO E.V.S.B. & PARENYN F.G.C. 2002. Ecorregiões propostas para o bioma Caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste, Instituto de Conservação Ambiental, The Nature Conservancy do Brasil, 80 p.

Downloads

Publicado

2016-09-30

Como Citar

SILVA, A. C. da C.; PRATA, A. P. do N.; MELLO, A. A. de. Florísitica, fitossociologia e caracterização sucessional em um remanescente de Caatinga em Sergipe. Gaia Scientia, [S. l.], v. 10, n. 4, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/gaia/article/view/23637. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais