JÚLIA LOPES DE ALMEIDA: A SUBVERSÃO POSSÍVEL EM MEMÓRIAS DE MARTA

Autores

  • Rosana Cássia dos Santos Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.10592031

Palavras-chave:

Júlia Lopes de Almeida; Memórias de Marta; literatura; história literária; esquecimento

Resumo

Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) teve uma grande atuação literária em seu tempo. Sua origem possibilitou essa atuação, uma vez que ela pertencia a uma família que lhe ofereceu uma boa formação educacional, inclusive parte dela em Portugal. A escritora pertenceu ao seu tempo, mas não se limitou a ele, pois além de filha, esposa e mãe dedicada, papéis atribuídos e quase exclusivos às mulheres de famílias mais ricas de sua época, exerceu também papel relevante na literatura, sendo reconhecida em vida. Ainda assim, conforme aconteceu com outras escritoras brasileiras do passado, também ela foi esquecida após seu falecimento, retornando aos poucos à área literária. Entre seus livros, destaca-se Memórias de Marta (1888). Neste romance, a escritora apresenta a personagem Marta em sua busca por educação e um emprego que garantisse o seu sustento e o de sua mãe viúva. No entanto, a narrativa também se preocupa em atender à moral da época, considerando o casamento como garantia de segurança. Conforme o contexto de época, é possível afirmar que Júlia Lopes de Almeida correu o risco de ser “castigada”, ao escrever um livro assim, e seu quase completo esquecimento por parte dos mais conhecidos livros de história da literatura brasileira talvez o demonstre.

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Publicado

20.03.2023

Edição

Seção

VOLUME "AHEAD OF PRINT"