O conceito situacionista de cultura

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DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.v11i3.69782

Palavras-chave:

Cultura, espectáculo, Guy Debord, Internacional Situacionista e jogo., Cultura, espectáculo, Guy Debord, Internacional Situacionista, jogo

Resumo

Tendo em vista apresentar e discutir a concepção de cultura que perfilham Guy Debord e os situacionistas, é preciso desfazer, desde logo, alguns equívocos: não há neles, contrariamente às aparências, a apologia de uma atitude anticultural. Pelo contrário, estamos nos antípodas do “neoprimitivismo”. Quando Debord afirma que recusa o “neoprimitivismo” contemporâneo, isso equivale, num vocabulário schilleriano, à rejeição da posição do “selvagem”, do qual Rousseau traça canonicamente o retrato romântico. Com os mesmos recursos vocabulares, também devemos dizer que Debord rejeita a posição inversa, isto é, a do “bárbaro” que destrói — em prol das abstracções — a vida e a sensibilidade.

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Biografia do Autor

Eurico Carvalho, Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Eurico de Carvalho é, desde 1990, professor de Filosofia do Ensino Secundário, tendo adquirido os graus de Licenciado (1989), Mestre (2009) e Doutor (2018) na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É também investigador do «Research Group Aesthetics, Politics and Knowledge» do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, no quadro do qual tem desenvolvido e publicado o seu trabalho em torno do pensamento de Guy Debord.

Referências

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

As indicações bibliográficas que o texto contém dizem respeito à data da edição original. Nem sempre tivemos, todavia, a possibilidade de recorrer às edições originais. Nesse caso, a paginação remete o leitor para as edições que constam deste acervo bibliográfico.

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Arquivos adicionais

Publicado

2025-01-14

Como Citar

Carvalho, E. (2025). O conceito situacionista de cultura. Aufklärung: Journal of Philosophy, 11(3), p.121–132. https://doi.org/10.18012/arf.v11i3.69782

Edição

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Artigos