D’A sociedade do espetáculo (1967) aos Comentários (1988): um “corte epistemológico”? Uma hipótese hermenêutica sobre a Obra de Guy Debord
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v9i3.61948Palavras-chave:
Espectáculo, Guy Debord, Internacional Situacionista, Maquiavel, MarxResumo
No que toca à relação entre A Sociedade do Espectáculo (1967) e os Comentários sobre a Sociedade do Espectáculo (1988), ou se admite a auto‑interpretação debordiana, de acordo com a qual ambos se complementam, ou reconhecemos, pelo contrário, a presença de um “corte epistemológico”, pondo em causa, por consequência, a unidade revolucionária da obra de Guy Debord. Em conformidade com a primeira hipótese, Maquiavel acaba por prolongar Marx (sob a égide do projecto situacionista de subversão do regime espectacular vigente); com a segunda, porém, abandona-se o campo de análise da economia política, substituindo-o, aparentemente, por uma lógica policial. Porque se nos afigura mais plausível a linha interpretativa que Debord perfilha, se bem que não esteja isenta de dificuldades, vamos argumentar a seu favor.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio (1990) — “Marginal Notes on ‘Commentaries on Society of Spectacle’”. In Means without End: Notes on Politics. Trad. de Vincenzo Binetti e Cesare Casarino. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2000, pp. 73-89.
AURÉLIO, Diogo Pires (2012) — Maquiavel & Herdeiros. Lisboa: Temas e Debates/Círculo de Leitores.
BADIOU, Alain (2009) — L’Hypothèse Communiste.Paris: Nouvelles Éditions Lignes.
BOURSEILLER, Christophe (1999) — Vie et Mort de Guy Debord. Paris: Pocket, 2016.
CLAUSEWITZ, Carl (1832) — On War. Ed. e trad. de Michael Howard e Peter Paret. Nova Jérsia:Princeton University Press, 1989.
DEBORD, Guy (1957) — “Rapport sur la construction des situations et sur les conditions de l'organisation et de l’action de la tendance situationniste internationale”. In Œuvres. Ed. de Jean Louis Rançon (com a colaboração de Alice Debord) e introdução de Vincent Kaufmann. Paris: Gallimard, 2006, pp. 309-328.
DEBORD, Guy (1967a) — “Le point d’explosion de l’idéologie en Chine”. In op. cit., pp. 751-763.
DEBORD, Guy (1967b) — “La Société du spectacle”. In op. cit., pp. 765-873.
DEBORD, Guy (1976) — “Le ‘Jeu de la Guerre’”. In op. cit., pp. 1317-1325.
DEBORD, Guy (1979) — “Préface à la 4e édition italienne de ‘La Société du Spectacle’”. In op. cit., pp. 1460-1473.
DEBORD, Guy (1985) — “Considérations sur l’assassinat de Gérard Lebovici”. In op. cit., pp. 1539-1577.
DEBORD, Guy (1988) — “Commentaires sur la société du spectacle”. In op. cit., pp. 1593-1646.
DEBORD, Guy (1989) — “Panégyrique, tome premier”. In op. cit., pp. 1656-1689.
GABEL, Joseph (1962) — A Falsa Consciência: Ensaio sobre a Reificação. Prefácio e trad. de Alfredo Margarido. Lisboa: Guimarães Editores, 1979.
GALIMBERTI, Jacopo (2016) — “‘Combien de temps va encore passer avant que soit atteint_le 14 mai?’ Guy Debord stratège des luttes de classes en Italie”. In LE BRAS & GUY, Emmanuel (orgs.), Lire Debord: avec des Notes Inédites de Guy Debord. Paris: L’Échappée, 2016, pp. 303-312.
HART, Lidell (1963) — “Prefácio”. In SUN-TZU, op. cit., pp. 9-11.
HUIZINGA, Johan (1938) — Homo Ludens. Trad. de Eugenio Imaz. Madrid: Alianza, 2010.
JAPPE, Anselm (1993) — Guy Debord. Trad. de Iraci D. Poleti e Carla da Silva Pereira. Lisboa: Antígona, 2008.
KAUFMANN, Vincent (2001) — Guy Debord. La Révolution au Service de la Poésie. Paris: Fayard.
MAQUIAVEL (1532) — O Príncipe. Trad., introdução e notas de Diogo Pires Aurélio. Lisboa: Temas e Debates, 2008.
MARX, Karl (1844) — Manuscritos Económico-filosóficos. Trad. de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1989.
MATTICK, Paul (1969) — Marx & Keynes: os Limites da Economia Mista. Trad. de Luís Leitão. Lisboa: Antígona, 2010.
PANNEKOEK, Anton (1946) — Workers' Councils. Edimburgo: AK Press, 2003.
PERNIOLA, Mario (2007) — “Reflexiones y recuerdos a la deriva sobre lossituacionistas”. In Los Situacionistas: Historia Crítica de la Última Vanguarda del Siglo XX. 2.ª edição. Trad. de Álvaro Garcia Ormaechea. Madrid: Acuarela & A. Machado, 2010, pp. 161-175.
RANCIÈRE, Jacques (2009) — “A comunidade como dissentimento”. Trad. de Miguel Serras Pereira. In DIAS, Bruno Peixe & NEVES, José (orgs.), A Política dos Muitos: Povo, Classes e Multidão. Lisboa: Tinta-da-china, 2011, pp. 425-443.
SLOTERDIJK, Peter (1983) — A Crítica da Razão Cínica. Trad. de Manuel Resende. Lisboa: Relógio d’Água, 2011.
STREECK, Wolfgang (2013) — Tempo Comprado: a Crise Adiada do Capitalismo Democrático. Trad. de Marian Toldy e Teresa Toldy. Coimbra: Actual Editora, 2013.
SUN-TZU (IV a.C.) — A Arte da Guerra. Trad. e nota introdutória de Carlos Correia Monteiro de Oliveira. Lisboa: Relógio d’Água, 2009.
ŽIŽEK, Slavoj (1999) — O Sujeito Incómodo: o Centro Ausente da Ontologia Política. Trad. de Carlos Correia Monteiro de Oliveira. Lisboa: Relógio d’Água, 2009.
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Política de Direito Autoral para os itens publicados pela Revista:
1.Esta revista é regida por uma Licença da Creative Commons aplicada a revistas eletrônicas. Esta licença pode ser lida no link a seguir: Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0).
2.Consonante a essa politica, a revista declara que os autores são os detentores do copyright de seus artigos sem restrição, e podem depositar o pós-print de seus artigos em qualquer repositório ou site.
Política de Direito de Uso dos Metadados para informações contidas nos itens do repositório
1. Qualquer pessoa e/ou empresa pode acessar os metadados dos itens publicados gratuitamente e a qulquer tempo.
2.Os metadados podem ser usados sem licença prévia em qualquer meio, mesmo comercialmente, desde que seja oferecido um link para o OAI Identifier ou para o artigo que ele desceve, sob os termos da licença CC BY aplicada à revista.
Os autores que têm seus trabalhos publicados concordam que com todas as declarações e normas da Revista e assumem inteira responsabilidade pelas informações prestadas e ideias veiculadas em seus artigos, em conformidade com a Política de Boas Práticas da Revista.