Eurocentrismo, feminismos civilizatórios e colonialidade: a epistemologia feminista decolonial como ferramenta analítica das relações de gênero
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.13351268Palavras-chave:
estudos de gênero, epistemologia feminista decolonial, sistema moderno/colonial de gênero, colonialidade de gêneroResumo
As lutas feministas como um dos objetos de análise dos estudos de gênero têm sido interpretadas por diferentes lentes desde o final do século XX, quando da preocupação teórica com o gênero como categoria analítica. Embora tais mobilizações não operem de forma homogênea, a epistemologia feminista hegemônica ainda privilegia as narrativas do Norte global, que ainda atuam a serviço do colonialismo, do capitalismo moderno/colonial e da própria colonialidade do poder, do saber, do ser e de gênero. Contudo, na contramão deste processo, as matrizes contra-hegemônicas têm apontado caminhos para romper com este sistema moderno/colonial de gênero. Diante disso, o presente trabalho busca demonstrar a potencialidade da epistemologia feminista decolonial como ferramenta analítica das relações de gênero. Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica, com base em fontes secundárias de análise. Conclui-se que a epistemologia feminista decolonial se coloca para além da reestruturação teórica necessária ao campo dos estudos de gênero, mas também como prática política essencial à emancipação no Sul global perante a colonialidade de gênero.