Escrevivência: incursões biográficas e acadêmicas ao feminismo islâmico
Palabras clave:
Islã. Auto inscrição. Feminismo Islâmico. Escrevivência. Memória.Resumen
O presente ensaio parte do conceito de Escrevivência, de Conceição Evaristo, a fim de alinhar-se à produção teórica de feministas negras e chicanas, bem como traçar uma possível justificativa para a produção teórica advinda das experiências de vida e perpassada pelas diferentes interseccionalidades inscritas nos corpos situados das mulheres. No texto que se segue, faço dois movimentos concomitantes: procuro posicionar-me enquanto mulher muçulmana e estudiosa do feminismo islâmico a partir de algumas passagens biográficas, a fim de fundamentar o sujeito da escrita. Ao passo em que trago para a discussão temas, teóricas e discursos do feminismo islâmico tanto porque enquadram algo da vivência de um coletivo quanto porque são narrativas sobre feminismos decoloniais ainda pouco conhecidos. O ensaio divide-se em cinco partes. Na primeira, chamada de Introdução, realizo uma aproximação ao conceito de Escrevivência. Na segunda parte tomo a experiência do Ramadã para adentrar a discussão sobre subjetividades racializadas. Na terceira parte apresento apartes biográficos a fim de situar a emergência do feminismo islâmico desde uma corpo-política situada. Na quarta parte faço uma breve incursão às retóricas e ao pensamento das feministas muçulmanas, e finalizo com as considerações finais.