Goiânia Mil Grau
distinções e identificações culturais na produção do humor nativo em imaginários urbanos
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2763-9398.2022v16n.61168Palavras-chave:
Cultura Urbana, Humor, Identidade, Imaginário, Redes SociaisResumo
O contexto sociocultural de Goiânia, capital de Goiás, apresenta um cenário de identificações conflitantes que integram um mesmo espaço social, reunindo traços de uma metrópole e características interioranas nos sentidos de pertencimento a esta cidade. Diferenciando-se em diversos aspectos do discurso hegemônico sobre a identidade sertaneja, o humor produzido pelo grupo humorístico Goiânia Mil Grau explora outras caracterizações do cotidiano popular goianiense para provocar o riso. O objetivo do presente artigo é o de traçar um panorama de análise deste humor “nativo”, discutindo-se como a produção humorística do Goiânia Mil Grau nas redes sociais Instagram e Facebook revela nuances da construção identitária da população goianiense, ao explorar outros estereótipos locais em relação aos exibidos pelas mídias. A discussão aponta para a utilização de elementos como o transporte público, os bairros periféricos e estigmas de grupos sociais na construção destes estereótipos locais, apresentando um contraponto ao estereótipo de um “goiano caipira”.
Downloads
Referências
BACZKO, Bronislaw. Imaginação social. In: ENCICLOPÉDIA Einaudi, v.5. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985, p. 296-332.
BARTHES, Roland. Mitologias. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
BENEVIDES, Rubens De Freitas. Cenários modernos e pós-modernos no Brasil: juventude, política e rock-and-roll. 2008. 351 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Departamento de Sociologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
CASTRO, Maria Lília Dias de. Com a palavra, o humor. In: FEDRIZZI, Alfredo (Org.). O humor abre corações e bolsos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 131-137.
CHAUL, Nasr Fayad. Goiânia: a capital do sertão. Revista UFG, Goiânia, ano XI, n. 6, jun/2009. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/48235>. Acessado em 13 de outubro de 2021.
____________. A identidade cultural do Goiano. Cienc. Cult., São Paulo, v. 63, n. 3, p. 42-43, jul/2011. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252011000300016&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 13 de novembro de 2021.
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais, 2. ed. Bauru: EDUSC, 2002.
GARCÍA CANCLINI, Néstor. Cidades e cidadãos imaginados pelos meios de comunicação. Opinião Pública, Campinas, v. VIII, n. 1, 2002, p. 40-53.
____________. Culturas híbridas, 4. ed. São Paulo: EDUSP, 2008a.
____________. Imaginários culturais da cidade: conhecimento / espetáculo / desconhecimento. In: COELHO, Teixeira (org.). A cultura pela cidade. São Paulo: Iluminuras, 2008b, p. 15-31.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade, 10. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
IBGE. Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2021. Brasil: IBGE, 2021. Disponível em: < https://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2021/estimativa_dou_2021.pdf>. Acessado em 10 de outubro de 2021.
KOZINETS, Robert V. Netnography 2.0. In: BELK, R. W.R. Handbook of qualitative research methods in marketing. Edward Elgar Publishing, 2007.
LE GOFF, Jacques. O riso na idade média. In: BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman (Orgs.). Uma história cultural do humor. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 65-82.
MAFFESOLI, Michel. O imaginário é uma realidade. Revista FAMECOS, Porto Alegre, n. 15, ago/2001, p. 74-82.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Ofício de cartógrafo: travessias latino-americanas da comunicação na cultura. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
____________. Tecnicidades, identidades, alteridades: mudanças e opacidades da comunicação no novo século. In: MORAES, Denis (org.). Sociedade midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad X, 2006, p. 51-98.
BORGES, Rogério. Geraldinho: os causos que Goiás amava ouvir. O Popular, Goiânia, 29 de março de 2018. Online. Disponível em: <https://www.opopular.com.br/noticias/80-anos/geraldinho-1.1492050>. Acessado em 12 de outubro de 2021.
POSSENTI, Sírio. Humor e estereótipos femininos. In: POSSENTI, S., MAINGUENEAU, D., FONSECA ¬SILVA, M.C. (orgs.) Estudos da Linguagem: representações do feminino. Vitória da Conquista: UESB, 2007.
______. Os humores da língua: análises linguísticas das piadas. Campinas: Mercado das Letras, 1998.
PROPP, Vladimir. Comicidade e riso. São Paulo: Ática, 1992.
SALIBA, Elias Thomé. Raízes do Riso: a representação humorística na história brasileira - da Belle Époque aos primeiros tempos do rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e diferença. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 73-102.
SIMÃO, José. No país da piada pronta. São Paulo: Editora do Bispo, 2007.
WARNIER, Jean-Pierre. A mundialização da cultura. Bauru (SP): Edusc, 2003.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2014, p. 7-72.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Diogo Carvalho Gondim Teles, Ricardo Pavan
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A submissão de originais para Revista Culturas Midiáticas implica na transferência, pelos autores (as), dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor (a), com direitos da Revista Culturas Midiáticas sobre a primeira publicação. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).