Conhecimento tradicional e estrutura populacional de Hymenaea courbaril L., em uma comunidade rural no Nordeste do Brasil

Autores

  • Marcelo Dourado da Silva Universidade do Estado da Bahia
  • Viviany Teixeira do Nascimento Professora Adjunta da Universidade do Estado da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n1.30119

Resumo

O presente estudo investigou os moradores do povoado Vau da Boa Esperança, Barreiras-BA quanto ao conhecimento e usos aplicados a H. courbaril, e avaliou sua estrutura populacional no local, para isso, aplicou-se um questionário aos moradores e caracterizou a estrutura populacional de H. courbaril em duas áreas de 3 ha. Foram mensurados o diâmetro ao nível do solo e altura dos indivíduos, em seguida alocados em classes diamétricas com intervalos de 10 cm. Foram entrevistados 21 informantes, os quais atribuíram 188 citações (a maioria de usos atual - 76,5%), e 29 formas de uso distribuídas em 4 categorias (madeireiro, medicinal, alimentício e combustível), sendo o uso madeireiro o mais expressivo - 79%. Nas duas áreas analisadas, registrou-se um total de 230 indivíduos com densidade de 49,3 ind./há e 27,3 ind./ha, em nenhuma das áreas a população de H. courbaril se adequou ao “J” invertido. Na área estudada H. courbaril foi muito explorada em tempos passados o que resultou na diminuição de sua população. A persistência dessa espécie na área é incerta tendo em vista que poucos substitutos locais são viáveis e as estratégias de manejo realizadas têm sido pouco eficientes para sua conservação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Dourado da Silva, Universidade do Estado da Bahia

Graduado em Licenciatura em Ciências Biológicas, pela Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas Campus-IX

Viviany Teixeira do Nascimento, Professora Adjunta da Universidade do Estado da Bahia

Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas, Campus IX-Barreiras

Referências

Albuquerque UP, Cruz Da Cunha LVF, Lucena RFP, Alves RRN. 2014. (Org.). Albuquerque. Livro: Methods and Techniques in Ethnobiology and Ethnoecology. 1. ed. New York: Springer. v. 1. 476p.

Albuquerque UP, Soldati GT, Ramos MA, Melo JG Medeiros PM, Nascimento ALB, Ferreira Junior WS. 2013. Pode o ambiente influencias as nossas escolhas sobre o uso dos recursos naturais? Evidências da aparência. In: ALBUQUERQUE U.P. Etnobiologia Bases Ecológicas e Evolutivas. 1 ed. Recife,PE: Nupeea Editora. p.101-126.

Almeida ALS, Medeiros PM, Silva TC, Ramos MA, Sieber SS, Albuquerque UP. Does the June Tradition Impact the use of Wood Resources from en area of Atlantic Forest in Northearster Brasil. Functional Ecosystems and communities, 2 (Special Issue 1), 72-80,Global Science Books, September of, (2008).

Azevedo ES. 2001. Aspectos éticos específicos na pesquisa com seres humanos: da apropriação do conhecimento à invasão da privacidade. In: COSTA NETO, E. M.; SOUTO, F. J. B. (orgs). Encontro Baiano de Etnobiologia e Etnoecologia, 1. 1999, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: UEFS, 61-67.

Barros FN. Medeiros P. M., Nascimento V. T. 2015. Ethnobotany And Population Status Of Myracrodruon Urundeuva Allemão In Rural Northeastern Brazil. Economic Botany, pp. 1–6.

Boot RGA & Gullison RE. 1995. Aproaches to Deviloping Sustainable Extracion Sistems for Tropical Forest Products. Ecologial Applications. V. 5, n. 4 p. 896-903,

Condit R, Sukumar R, Hubbell SP, Foster RB. 1998. Predicting Population Trends from Size Distributions:A Direct Test in a Tropical Tree Community. v. 152, n. 4; The American Naturalist, October, p. 1-15.

Costa WS. 2011. Ecologia, Manejo, Silvicultura e Tecnologia de Espécies Nativas da Mata Atlântica. Viçosa-MG, Monografia, Universidade Federal de Viçosa.

Dahdouh-Guebas, Mathenge CJ, Kairo JG, Koedam N. 2000. Utilization of mangrove wood products around Mida creek (kenya) Amongst subsistence and commercial users. Economic Botany, v.54, n.4,pp. 513-527.

Endress BA, Gorchov DL, Peterson MB & Serrano EP. 2004. Harvest of the palm Chamaedorea radicalis, its effects on leaf production, and implications for sustainable management. Conservation Biology 18(3): 822-830.

Feitosa SI. 2012. Etnobotânica e Extrativismo de Stryphnodendron coriaceum Benth. na Floresta Nacional do Araripe, Nordeste do Brasil. Dissertação de Mestrado em Botânica, Universidade Federal Rural do Pernambuco, Brasil. 120 p.

Ferreira Junior WS. 2011. Plantas medicinais na caatinga: extrativismo, Resiliência e Redundância utilitária. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil, 115p.

Flores CF & Ashton PMS. 2000. Harvesting impact and economic value of Geonoma deversa,Arecaceae, an understory palm, used for roof thatching in the Peruvian Amazon. Economic Botany 54(3): 267-277.

Gariglio MA. 2010. Uso Sustentável e Conservação dos Recursos Florestais da Caatinga. Brasilia: Servico Florestal Brasileiro.

Guedje NM, Zuidema PA, During H, Foahom B & Lejoly J. 2007. Tree Bark as a Non-timber forest product: Te Effect of Bark Collection on Population Structure e Dynamics of Garcinia lucida Vesque. Forest Ecology and Management 240: 1-12.

Hall P & Bawa K. 1993. Methods to asses the impact of extraction of non-timber tropical forest products on plant populations. Economic Botany 47(3): 234-247.

Lykke AM, Kristensen MK, Ganaba S. 2004. Valuation of local use and dynamics of 56 woody species in the Sahel. Biodiversity and Conservation, v. 13, p. 1961–1990.

Lima AF. 2009. Manejo Da Seiva Do Jatobá (Hymenaea Courbaril L.) Por Famílias Tradicionais Na Reserva Extrativista Chico Mendes, ACRE – BRASIL, Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu – MG.

Lucena RFP, Farias DC, Carvalho TKN, Lucena CM, Neto CFAV, Ulysses PA. 2011. Uso e conhecimento da aroeira (Myracrodruon urundeuva) por comunidades tradicionais no Semiárido brasileiro. Sitientibus série Ciências Biológicas v.1 n.12, p. 255–264.

MMA. 2016. Ministério do Meio Ambiente Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/cerrado. consultado em 15/06/2016

Medeiros PM, Almeida ALS, Silva TC, Albuquerque UP. 2011. Pressure Indicators of Wood Resource Use in an Atlantic Forest Area, Northeastern Brazil. Environmental Management, 47:410–424.

Medeiros PM, Almeida ALS, Silva TC, Albuquerque UP. 2011. Socio-economic predictors of domestic wood use in an Atlantic forest area (north-east Brazil): a tool for directing conservation efforts. International Journal of Sustainable Development & World Ecology, p.1-7.

Monteiro JM, Albuquerque UP, Lins Neto E M F, Araújo EL, Albuquerque MM, Amorim ELC. 2006.The effects of seasonal climate changes in the Caatinga on tannin levels in Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All. And Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. Revista Brasileira de Farmacognosia, 16 (3) 338-344.

Oliveira RLC, Neto EMF, Araújo EL, Albuquerque UP. 2011. Conservações prioridades e estrutura populacional de plantas medicinais arbóreas em uma área de Caatinga (Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil). Environ Monit Avaliar.132:1-3.

Obiri J, Lawes M, Mukolwe M. 2002.The dynamics and sustainable use of high-value tree species of the coastal Pondoland forests of the Eastern Cape Province, South Africa. Forest Ecology and Management, v. 166, p. 131–148.

O'brien TG & Kinnaird MF. 1996. Effect of harvest on leaf development of the Asian Palm Livistona rotundifolia. Conservation Biology 10(1): 53-58.

Pereira HC. 2013. Plantas alimentícias Silvestres Conhecidas por Uma Comunidade Rural do Cerrado, Município de Barreiras, Oeste da Bahia. Monografia. Universidade do Estado da Bahia – UNEB, 59p.

Ribeiro JF & Walter BMT. 1998. As Principais Fitofisionomias do Bioma Cerrado. Pp. 1279. In: Sano, S.M.; Almeida, S.P. & Ribeiro, J.F. (Ed). Cerrado: ecologia e flora. Brasilia, Embrapa Informação Tecnológica.

Redford KH & Padoch C. 1992. Conservation of neotropical forests: working from traditional resource use. Science and Policy for Sustainable Development 36 (5), 6-45.

Shanley P, Schulze M. 2005. Jatobá (Hymenaea courbaril L.). In: Frutíferas e Plantas Uteis na Vida Amazônica. SHANLEY, P., & MEDINA, G., Belém: CIFOR, Imazon, p. 105 –113.

Silva VA, Albuquerque UP, Nascimento VT. 2008. Técnicas para Análise de Dados Etnobotânicos. Page 127-143. In: ALBUQUERQUE UP, LUCENA RFP, CUNHA LVFC, eds., Métodos e Técnicas na Pesquisa Etnobotânicas. 2ª ed. NUPPEA, Recife, Pernambuco-Brasil,

Sousa RRV. 2013. Usos medicinais de plantas nativas em uma área de Cerrado do Oeste da Bahia, Nordeste do Brasil. Barreiras-BA, Monografia, Universidade do Estado da Bahia-UNEB

Souza PJ, Coimbra GF. 2005. Estrutura Populacional e distribuição espacial Qualea parviflora Mart. Em um Cerrado Sensu Stricto. Biosci. J., Uberlândia-MG, v.21, n.2, p. 65-70.

Soudati GT. 2009. Produtos florestais não-madeireiros: padrões de uso e conservação e Anadenanyhera colubrina (Vell.) Brenan no agreste do Pernambucano. Dissertação de Mestrado em Botânica. Universidade Federal Rural do Pernambuco- UFRPE.

Tabuti JRS. 2007.The uses, local perceptions and ecological status of 16 woody species of Gadumire Sub-county, Uganda. Biodivers Conserv, v.16, p.1901–1915.

Tabuti JRS & Mugula BB. 2007. The ethnobotany and ecological status of Albizia coriaria Welw.ex Oliv.in Budondo Sub-county, Eastern Uganda. African Journal of Ecology, Afr. J. Ecol., 45 (Suppl. 3), Kampala, Uganda..pp. 126–129.

WWF. World Wide Fund for Nature. 2015. Disponível em: www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biomas/bioma_cerrado. Acesso em: 14 de julho de 2015.

Walters BB. 2005. Patterns of local wood use and cutting of Philippine mangrove forests.EconomicBotany59:66–76.

Downloads

Publicado

2018-04-14

Como Citar

SILVA, M. D. da; NASCIMENTO, V. T. do. Conhecimento tradicional e estrutura populacional de Hymenaea courbaril L., em uma comunidade rural no Nordeste do Brasil. Gaia Scientia, [S. l.], v. 12, n. 1, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n1.30119. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/gaia/article/view/30119. Acesso em: 19 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais