Reabilitação florestal de dunas litorâneas pós - mineração no nordeste brasileiro

Autores

  • Ravi Cajú Duré Universidade Federal da Paraíba Campus I - Programa de Pós Graduação em Educação (UFPB). http://orcid.org/0000-0003-1040-5071
  • Maria Regina de Vasconcellos Barbosa Universidade Federal da Paraíba Campus I
  • Pedro da Costa Gadelha-Neto Universidade Federal da Paraíba Campus II
  • Itamar Barbosa Lima Universidade Federal da Paraíba Campus I.
  • José Roberto Lima Universidade Federal da Paraíba Campus I.

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n1.36704

Resumo

A reabilitação da vegetação pós-mineração em dunas no norte da Paraíba foi avaliada através de um estudo comparativo do estrato arbóreo de duas dunas revegetadas há 24 (D1) e 20 anos (D2), e duas dunas naturais próximas à lavra (controle), em Mataraca. Em cada duna foram instaladas oito parcelas de 50 x 6 m, e nestas os indivíduos com DAP ≥ 5 cm foram identificados e medidos. Foram calculados os parâmetros de densidade e dominância para cada espécie, e para as áreas os índices de diversidade de Shannon, equabilidade de Pielou e similaridade de Sörensen. A riqueza nas dunas em recuperação corresponde a cerca de 37% da observada nas áreas naturais. D1 apresenta riqueza e diversidade superiores à D2, porém, equabilidade semelhante. D1 e D2 apresentam altura média inferior a verificada nas áreas naturais, entretanto o diâmetro médio em D1 foi superior. D1 apresenta valores superiores a D2 em todos os parâmetros analisados. Os resultados mostram que as duas dunas revegetadas estão em diferentes estágios de reabilitação. D1 apresenta incremento de novas espécies e a redução gradativa na quantidade de exóticas, sem necessidade de novas intervenções. D2 necessita de enriquecimento e tratos culturais para avançar no processo de reabilitação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ravi Cajú Duré, Universidade Federal da Paraíba Campus I - Programa de Pós Graduação em Educação (UFPB).

Licenciado e Bacharel em Ciências Biologicas (Universidade Federal da Paraíba - UFPB) e mestrando pelo Programa de Pós Graduação em Educação (PPGE/UFPB). Cursando Especialização em Ensino de Ciências e Matemática (IFRN). Está atualmente vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino de Ciências (GEPEC), tendo interesse nas áreas de Ecologia Vegetal; Fitossociologia; Ensino de Ciências e Biologia; Formação de professores de Ciências e Biologia.

Maria Regina de Vasconcellos Barbosa, Universidade Federal da Paraíba Campus I

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1980), mestrado em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1985) e doutorado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas (1996). É professora titular da Universidade Federal da Paraíba e colaboradora da Universidade Federal de Pernambuco. É credenciada no Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da UFPE e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UFPB, do qual foi coordenadora no período de maio de 2011 a abril de 2013. Participa também como docente do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas à Distância da UFPB. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia de Angiospermas, atuando principalmente nos seguintes temas: flora do nordeste, taxonomia e diversidade de Rubiaceae, florística de mata atlântica e caatinga, relações plantas-animais.

Pedro da Costa Gadelha-Neto, Universidade Federal da Paraíba Campus II

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba (2001), com efetiva participação em grupos de pesquisas para Estudos Botânicos pela UFPB, vinculado ao Projeto Floresta Atlântica do Nordeste do New York Botanical Garden, Universidade Federal da Paraíba e da Associação Plantas do Nordeste. Coordenou os trabalhos Técnicos de Pesquisas Botânicas do Jardim Botânico Benjamim Maranhão em João Pessoa/Pb e, atualmente, vem exercendo suas atividades no Laboratório de Ecologia e Reprodução Vegetal do Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Agrárias da UFPB. Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Taxonomia Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: Florística, Fitossociologia, Flora Paraibana, Mata Atlântica, Brejos de Altitude, Caatinga, Manejo e Organização de Herbário.

Itamar Barbosa Lima, Universidade Federal da Paraíba Campus I.

Possui graduação em Ciências Biológicas Bacharelado pela Universidade Federal da Paraíba (2004) e graduação em Ciências Biológicas Licenciatura pela Universidade Federal da Paraíba (2009). Mestrando em Produtos Naturais e Sintéticos e Bioativos (PPgPNSB) pela Universidade Federal da Paraíba (2014). Tem experiência na área de Botânica, atuando em Inventários Florísticos e Fitossociológicos e Floras, Curadorias de Coleções Biológicas em especial Herbário. Tem experiência em Biologia Computacional ou Bioinformática e Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto.

José Roberto Lima, Universidade Federal da Paraíba Campus I.

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade de Formação de Professores de Goiâna (1999). Atualmente desenvolve atividade de pesquisa no departamento de sistemática e ecologia da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência na área de Botânica, atuando principalmente nos seguintes temas: fitossociológia, conservação e meio ambiente.

Referências

ALMEIDA, R. O. P. O.; SÁNCHEZ, L. E. Revegetação de áreas de mineração: critérios de monitoramento e avaliação do desempenho. Revista Árvore, Viçosa, v. 29, n. 1, p. 47-54, 2005.

BROWER, J. E.; ZAR, J. H. Field and laboratory methods for general ecology. Boston, USA: C. Brown Publishers, 1984.

CARVALHO, D. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. Avaliação da recomposição da cobertura vegetal de dunas de rejeito de mineração, em Mataraca/PB. Acta Botanica brasílica, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 107-117, 1993.

CUNHA, L. O. et al. Análise multivariada da vegetação como ferramenta para avaliar a reabilitação de dunas litorâneas mineradas em Mataraca, Paraíba, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 27, n. 4, p. 503-515, 2003.

EWEL, J. J. Restoration is the ultimate test of ecological theory. In: JORDAN, W. R. (Ed.). Restoration Ecology: a synthetic approach to ecological research. Great Britain: Cambridge University Press, 1990.

HAMMER, O.; HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. Past: Paleontological Statistics Software Package for Education and Data Analysis. Palaeontologia Electronica, EUA, v. 4, n. 1, p. 1-9, 2001.

LEGENDRE, P.; LEGENDRE, L. Numerical Ecology. 3. ed. Amsterdam: Elsevier, 2012.

IBRAM. INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO. Informações sobre a economia mineral brasileira 2015. Brasília, 2015. 25 p. Disponível em: < http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00005836.pdf >. Acesso em: 22 de Junho 2017.

LOMBA, A.; ALVES, P.; HONRADO, J. Endemic Sand-Dune Vegetation from NorthWest Iberian Peninsula: Diversity, Dynamics and Significance for Bioindication and Monitoring of Coastal Landscapes. Journal of Coastal Research, EUA, v. 24, n. 2B, p.113-122, 2008.

LUBKE, R. A.; AVIS, A. M. A Review of the Concepts and Application of Rehabilitation Following Heavy Mineral Dune Mining. Marine Pollution Bulletin, Great Britain, v. 37, n.1, p.546-557, 1998.

MAIA, N. G. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: Editora Livro e Arte, 2004.

MARTINS, S. V.; MIRANDA-NETO, A.; RIBEIRO, T. M. Uma abordagem sobre diversidade e técnicas de restauração ecológica. In: MARTINS, S. V. Restauração ecológica de ecossistemas degradados. Viçosa, MG: Editora da UFV, 2012. P.17-40.

McCLANAHAN, T.R.; WOLFE, R.W. Accelerating forest succession in a fragmented landscape: the role of birds and perches. Conservation Biology, EUA, v. 7, n. 2, p. 279-287. 1993.

MIRANDA-NETO, A. et al. Florística e estrutura do estrato arbustivo-arbóreo de uma floresta restaurada com 40 anos, Viçosa, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 36, n. 5, p.869-878, 2012.

MORO, M. F. et al. Alienígenas na sala: o que fazer com espécies exóticas em trabalhos de taxonomia, florística e fitossociologia? Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 26, n. 4, p. 991-999, 2012.

MUELLER–DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York, EUA: John Wiley & Sons, 1974. 547p.

ROLIM, G.S.; SENTELHAS, P.C.; BARBIERI, V. Planilhas no ambiente EXCEL para os cálculos de balanços hídricos: normal, sequencial, de cultura e de produtividade real e potencial. Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 6, n. 1, p. 133-137, 1998.

SANTOS, M. et al. Correlação entre variáveis do solo e espécies herbáceo-arbustivas de dunas em revegetação no Litoral Norte da Paraíba. CERNE, Lavras, v. 6, n. 1, p. 19-29, 2000.

SILVA, K. E. Avaliação química e física para a revegetação de um rejeito de mineração de ferro. 1993. 80 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 1993.

SCARIOT, E. C.; TRES, D. R.; REIS, A. Componente arbustivo-arbóreo de matas ciliares em restauração e remanescentes naturais inseridos em matriz silvícola, Rio Negrinho, SC. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 24, n. 2, p. 401-412, 2014.

TOY. T. J.; GRIFFITH, J. J.; RIBEIRO, C. A. A. S. Planejamento a longo prazo da revegetação para o fechamento de minas a céu aberto no Brasil. Revista Árvore, Viçosa, v. 25, n. 4, p. 487-499, 2001.

ZAR, J. H. Biostatistical Analysis. 3. ed. New Jersey, EUA: Prentice Hall International Editions, 1996.

ZICKEL, C. S. et al. Magnoliophyta species of restinga, state of Pernambuco, Brazil. Check List, Campinas, v.3, n.3, p.224-241, 2007.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2018-04-07

Como Citar

DURÉ, R. C.; BARBOSA, M. R. de V.; GADELHA-NETO, P. da C.; LIMA, I. B.; LIMA, J. R. Reabilitação florestal de dunas litorâneas pós - mineração no nordeste brasileiro. Gaia Scientia, [S. l.], v. 12, n. 1, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n1.36704. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/gaia/article/view/36704. Acesso em: 18 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais