Avaliação ecotoxicológica do impacto do lixiviado de coco sobre Artemia salina
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2018v12n2.38390Resumo
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de coco Cocos nucifera, e o primeiro da América do Sul com 80% da produção total. Tanto no comércio do coco in natura, como na industrialização (sucos, doces etc), resultam resíduos como a casca do coco. A falta de conhecimento sobre as propriedades físico-químicas desses é um dos fatores que contribuem para o descarte inadequado. Objetivou-se avaliar o impacto do lixiviado de coco sobre organismos aquáticos, utilizando a A. salina como organismo teste. Após a eclosão dos cistos, foram transferidos cerca de 10 nauplios de A. salina para tubos de ensaio de 15 x 150 mm contendo 10 mL (água salgada e extrato lixiviado de coco). Foram utilizados sete tratamentos com quatro repetições. A CL50 foi obtida matematicamente na dose com 37,5% de lixiviado. O extrato lixiviado do resíduo da casca de coco verde é classificado como um resíduo não perigoso e não inerte devido à sua capacidade de solubilização. Portanto, seu destino final deve empregar algumas medidas especiais de coleta e proteção do ambiente, sobretudo de corpos hídricos.
Downloads
Referências
ABRELPE. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. 2017. Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil. São Paulo: ABRELPE.
Alves TMA, Silva AF, Brandão M, Grandi TSM, Smânia EFA, Smânia Jr A, Zani CL. 2000. Biological screening of Brazilian medicinal plants. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 95: 367-373.
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 2004a. NBR 10.005: Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro.
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 2004b. NBR 10.004: Resíduos sólidos - Classificação. Rio de Janeiro.
BRASIL. 2010. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 13 fev. 2018.
Carijó OA, Liz RS, Makashima N. 2002. Fibra da casca do coco-verde como substrato agrícola. Horticultura Brasileira. v. 4, n. 20, p. 533-535.
Costa CR, Olivi P, Botta CM, Espindola ELG. 2008. A toxicidade em ambientes aquáticos: discussão e métodos de avaliação. Quimica Nova. V. 31 n. 7, p. 1820-1830.
Costa Neto PLO. 1977. Estatística. São Paulo: Edgard Blücher, 264p.
Flohr L, Brentano DM, Carvalho-Pinto CRS, Machado VG, Matias WG. 2005. Classificação de resíduos sólidos industriais com base em testes ecotoxicológicos utilizando Daphnia magna: Uma alternativa. Biotemas, 18:7-18.
Flaherty CM, Dodson SI. Effects of pharmaceuticals on Daphnia survival, growth, and reproduction. Chemosphere, v. 61, n. 2, p. 200-207, 2005.
Franco HA. 2016. Introdução à Fruticultura. 1. ed. Curitiba: Livro Técnico, 180p. ISBN: 978-85-8409-071-6.
IBGE. 2016. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola: pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras agrícolas no ano civil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Pesquisa Estatística, 78 p. v. 29, n. 01.
Lima CP de, Cunico MM, Trevisan RR, Philippsen AF, Miguel OG, Miguel MD. 2011. Efeito alelopático e toxicidade frente à Artemia salina Leach dos extatos do fruto de Euterpe edulis Martius. Acta Botanica Brasilica, 25(2), 331-336. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-33062011000200009
Martins AP, Silva PLR da, Watanabe T, Borelli C, Marcicano JPP, Sanches RA. 2016. O Problema do Pós-consumo do Coco no Brasil: Alternativas e Sustentabilidade. Sustentabilidade em Debate - Brasília, v. 7, n. 1, p. 44-57, jan/abr.
Mclaughlin JL, Saizarbitori T-C, Anderson JE. 1995. Tres bioensayos simples para quimicos de productos naturales. Rev Soc Venez Quim 18: 13-18.
Meyer BN, Ferrigni NR, Putnam JE, Jacobsen LB, Nichols DE, Mclaughlin JL. 1982. Brine shrimp, a convenient general bioassy for active-plant constituents. Planta Med 45: 31-34.
Miller JC, Miller JN. 1993. Statistics for analytical chemistry. 3. ed. Chichester: Ellis Horwood, 233p.
Passos PRA. 2005. Destinação Sustentável de Cascas de Coco (Cocos nucifera) Verde: Obtenção de Telhas e Chapas de Partículas. 2005. 186 f. Tese (Doutorado em Ciências e Planejamento Energético), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.
Rosa MF, Santos FJS, Montenegro AAT, Abreu FAP, Correia D, Araujo FBS, Noroes ERV. 2001. Caracterização do pó da casca de coco-verde usado como substrato agrícola. Embrapa Agroindustrial Tropical. Comunicado Técnico.
Rosa MF, Souza Filho MSM, Figueiredo MCB, Morais JPS, Santaella ST, Leitão RC. 2011. Valorização de resíduos da agroindústria. In: II Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindústria – II SIGERA, 2011, Foz do Iguaçu. Anais do II Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindústria – II SIGERA, p. 89-105.
Santos AM. 2006. Estudo de Compósitos Híbridos Polipropileno / Fibras de Vidro e Coco para Aplicações em Engenharia. 2005. 90 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Silva F de AS, AZEVEDO, C. A. V. de. The Assistat Software Version 7.7 and its use in the analysis of experimental data. Afr. J. Agric. Res, v.11, n.39, p.3733-3740, 2016. DOI: 10.5897/AJAR2016.11522.
Silva TMS, Batista MM, Camara CA, Agra MF. 2005. Molluscicidal activity of some Brazilian Solanum spp. (Solanaceae) against Biomphalaria glabrata. Ann Trop Med Parasit 4: 419-425.
Silveira MS. 2008. Aproveitamento das cascas de coco-verde para produção de briquetes em Salvador-BA. 167 p. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo – Ênfase em Produção Limpa). Escola Politécnica Federal da Bahia, Salvador.
Thode Filho S, Jorge ENDLF, Oliveira, AS de, Marques MRC, Franco HA. 2017. Study on the use of Artemia salina as bioindicator in the ecotoxicological evaluation of landfill leachate. Electronic Journal of Management, Education and Environmental Technology (REGET), 21, 24-31p.