Pegadas hídrica e de carbono de produtos agrícolas: estudo da água de coco in natura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2020v14n2.46339

Palavras-chave:

Avaliação de impactos ambientais, Avaliação do ciclo de vida, Coco verde, Ceará

Resumo

Este trabalho avalia as pegadas de carbono e hídrica da água de coco, um importante produto da região Nordeste. Foram coletados dados em fazendas do Ceará, localizadas nos municípios de Trairi, Paraipaba, Acaraú e Camocim, além de analisado sistema de produção publicado na literatura para coqueiro anão verde. As pegadas são calculadas com base nas normas ISO 14046/67, considerando a produção de 1L de água de coco. A pegada de carbono é avaliada pela categoria mudanças climáticas (IPCC), enquanto o perfil de pegada hídrica abrange as seguintes categorias e métodos de avaliação: escassez hídrica (AWARE), toxicidade humana, câncer, não-câncer e ecotoxicidade (USETox), eutrofização marinha e de águas doces (ReCiPe). Os resultados mostram que a água de coco produzida em Acaraú apresenta menor pegada de carbono e hídrica em relação à produzida na fazenda de referência. Já a água de coco de Trairi obteve a pior pegada de carbono, enquanto Camocim, a pior pegada hídrica. A maior redução da pegada de carbono ocorre quando o pomar de coco é instalado em área desmatada e/ou cultivada com cultura temporária, há mais de 20 anos. No caso da pegada hídrica, as maiores reduções de pegada ocorrem com menor uso de fertilizante nitrogenado e água na irrigação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Amorim JRA, Miranda FR, Nogueira LC, Resende RS. Irrigação. In: Fontes HR, Ferreira JMS. A cultura do coqueiro. Disponível em: <https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&p_r_p_-76293187_sistemaProducaoId=7703&p_r_p_-996514994_topicoId=1310>. Acesso em: 12 abr. 2017.

Brainer MSCP. 2018. Produção de coco: o Nordeste é destaque nacional. Caderno Setorial ETENE, Banco do Nordeste, ano 3, n. 61.

Boulay AM, Bare J, Benini L, Berger M, Lathullière MJ, Manzardo A, Margni M, Motoshita M, Núñez M, Pastor AV, Ridoutt M, Oki T, Worbe S, Pfister S. 2018. The WULCA consensus characterization model for water scarcity footprints: Assessing impacts of water consumption based on available water remaining (AWARE). The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 23, n. 2, p. 368 - 378.

Carneiro JM, Dias AF, Barros VS, Giongo V, Matsuura MISF, Figueirêdo MCB. 2019. Carbon and water footprints of Brazilian mango produced in the semiarid region. The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 24, n. 4, p. 735 – 752.

Emmenegger MF, Reinhard J, Zah R. 2009. Sustainability quick check for biofuels. Intermediate background report. Agroscope Reckenholz-Tänikon, Dübendorf. 129 p.

Figueirêdo MCB, Potting J, Serrano LAL, Bezerra MA, Barros VS, Gondim RS, Nemecek T. 2015. Environmental assessment of tropical perennial crops: the case of the Brazilian cashew. Journal of Cleaner Production, v. 112, n. 1, p. 131 – 140.

Figueirêdo MCB, De Boer IJM, Kroeze C, Barros VS, De Sousa JÁ, De Aragão FAS, Gondim RS, Potting J. Reducing the impact of irrigated crops on freshwater availability: the case of Brazilian yellow melons. 2014. The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 19, n. 2, p. 437 – 448.

Fontes HR, Ferreira JMS. 2016. A cultura do coqueiro. Aracaju: Embrapa – Tabuleiros Costeiros. Disponível em : <https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&p_r_p_-76293187_sistemaProducaoId=7703&p_r_p_-996514994_topicoId=7831>. Acesso em: 12 abr. 2019.

Frischknecht R, Jungbluth N. 2007. Ecoinvent: overview and methodology. Dubendorf: Swiss Centre for Life Cycle Inventories. 77 p.

Goedkoop M, Oele M, Leijting J, Ponsioen T, Meijer E. 2013. Simapro8: Introduction to LCA with SimaPro. Netherlands: PRé-Consultants. 80 p.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cidades. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/>. Acesso em: 23 out 2018.

Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). 2007. Climate Change 2007: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. 1007 p.

International Organization for Standardization (ISO). 2006. ISO 14025: environmental labels and declarations – Type III environmental declarations – Principles and procedures. Genebra. 25 p.

International Organization for Standardization (ISO). 2006a. ISO 14040: environmental management - Life cycle assessment - Principles and framework. Genebra. 20 p.

International Organization for Standardization (ISO). 2006b. ISO 14044: environmental management - Life cycle assessment – Requirements and guidelines. Genebra. 46 p.

International Organization for Standardization (ISO). 2014. ISO 14046: 2014- Environmental management – Water footprint – Principles, requirements and guidelines. Genebra. 33 p.

International Organization for Standardization (ISO). 2013. ISO 14067: 2013- Greenhouse gases – Carbon footprint of products – Requirements and guidelines for quantification and communication. Genebra. 52 p.

International Reference Life Cycle Data System (ILCD). 2011. Handbook: recommendations for life cycle impact assessment in the European context. Luxemburg: Publications Office of the European Union. 159 p.

Luske B. 2010. Comprehensive Carbon Footprint Assessment of Dole Bananas. Waddinxveen, Soil & More International. Disponível em: <http://dolecrs.com/uploads/2012/06/Soil-More-Carbon-Footprint-Assessment.pdf >. Acesso em: 12 abr. 2019.

Miranda FR, Gomes ARM, Oliveira CHC, Montenegro AAT, Bezerra FML. 2007. Evapotranspiração e coeficientes de cultivo do coqueiro anão-verde na região litorânea do Ceará. Revista Ciência Agronômica, v. 38, p. 129-135.

Miranda FR, Gomes ARM. 2006. Manejo da irrigação Coqueiro-Anão. Embrapa Agroindústria Tropical. Fortaleza/CE. 8 p.

Nemecek T, Schinetzer J. 2011. Methods of assessment of direct field emissions for LCIs of agricultural production systems. Zurich. 34 p.

Rosenbaum RK, Bachmann TM, Gold LS, Huijbregts MAJ, Jolliet O, Juraske R, Kohler A, Larsen HF, MacLeod M, Margni M, McKone TE, Payet J, Schuhmacher M, Van De Meent D, Hauschild MZ. 2008. USEtox – the UNEP-SETAC toxicity model: recommended characterization factors for human toxicity and freshwater ecotoxicity in life cycle impact assessment. The International Journal of Life Cycle Assessment, v. 13, n. 7, p. 532.

Santos TL, Nunes ABA, Giongo V, Barros VS, Figueirêdo MCB. 2018. Cleaner fruit production with green manure: The case of Brazilian melons. Journal of cleaner production, v. 181, p. 260-270.

Sampaio APC, Silva AKP, Barros VS, Amorim JRA, Miranda FR, Figueirêdo MCB. 2018. Pegada hídrica da água de coco verde nas principais regiões produtoras do Nordeste. LALCA - Revista Latino-Americana em Avaliação do Ciclo de Vida, v. 1, p. 128-141.

Sikirica N. 2011. Water Footprint Assessment Bananas and Pineapples. Driebergen, Soil & More International. Disponível em: <http://dolecrs.com/uploads/2012/06/Soil%20&%20More%20Water%20Footprint%20Assessment.pdf >. Acesso em: 12 abr. 2019.

Tesco. 2019. Ourcarbon footprint. Disponível em: <https://sustainability.tescoplc.com/sustainability/foundations/topics/carbon-footprint/>. Acesso em: 12 abr. 2019.

United Nations Environmental Programe (UNEP). 2016. Global Guidance for Life Cycle Impact Assessment Indicators. Volume 1. 166 p.

Vázquez-Rowe I, Torres-García JR, Cáceres AL, Larrea-Gallegos G, Quispe I, Kahhat R. 2017. Assessing the magnitude of potential environmental impacts related to water and toxicity in the Peruvian hyper-arid coast: A case study for the cultivation of grapes for pisco production. Science of the Total Environment, v. 601–602, p. 532–542.

Vega EV. 2011. Cleaner production opportunities for improvement of carbon saving in the production of coconut biodiesel. International Journal of Chemical and Environmental Engineering, v. 2, n. 5, p. 356 – 361.

Downloads

Publicado

2020-07-31

Como Citar

SILVA, A. K. P. da; SAMPAIO, A. P. C.; BARROS, V. da S.; MOTA, F. S. B.; SALES, M. C. L.; FIGUEIRÊDO, M. C. B. de. Pegadas hídrica e de carbono de produtos agrícolas: estudo da água de coco in natura. Gaia Scientia, [S. l.], v. 14, n. 2, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2020v14n2.46339. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/gaia/article/view/46339. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais