Estrutura e composição florística de um fragmento de floresta semidecídua na região agreste do estado da Paraíba, Nordeste brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2019v13n4.47659

Resumo

Na região Nordeste as florestas semidecíduas estão sendo substituídas por grandes lavouras e pequenas plantações. Nesse sentido, levantamentos fitossociológicos se fazem importantes por abordar aspectos ligados a estrutura, composição e o estado de conservação dos fragmentos remanescentes ameaçados. Assim objetivou-se descrever a estrutura e composição florística da comunidade arbórea de um fragmento de floresta estacional semidecidual no município de Lagoa Seca, Paraíba, Brasil. Para isso, foram alocadas 25 parcelas permanentes com dimensões de 400m², sendo todos os indivíduos com circunferência à altura do peito > 15 centímetros aferidos. A partir dos dados coletados foram elaboradas listas florísticas, fitossociológicas, gráficos de distribuição de classes de diâmetro e altura, índice de diversidade de Shannon (H’) e área basal total da comunidade. Foram amostrados 1835 indivíduos, pertencentes a 76 espécies e 27 famílias botânicas. O índice de Shannon (3,61) foi considerado alto enquanto o valor de área basal total (23,99 m²/ha) foi considerado baixo quando comparados a outros fragmentos semelhantes. Apesar da alta diversidade, o baixo valor de área basal pode estar relacionado aos fatores antrópicos, uma vez que foi percebido que o corte seletivo é constante na área, podendo ser este o mesmo cenário vivenciado por outras áreas ainda não amostradas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Anderson Silva Pinto, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Pós-graduando em Etnobiologia e Conservação da Natureza, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Fernanda Kalina da Silva Monteiro, Universidade Federal Rural de Pernambuco

Programa de Pós-graduação em Botânica, Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Sérgio de Faria Lopes, Universidade Estadual da Paraíba

Departamento de Biologia, Universidade Estadual da Paraíba

Referências

AESA. Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba. Disponível em: http://www.aesa.pb.gov.br/aesa-website/.Acesso em: 22 de Jul. 2019.

Alvares, C. A., Stape, J. L., Sentelhas, P. C., de Moraes, G., Leonardo, J., & Sparovek, G. (2013). Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22 (6): 711-728.

Andrade LA, Reis MG, Reis GG. 1999. Classificação ecológica do Estado da Paraíba. Interpolação de dados climáticos por aproximação numérica. Revista Árvore, 23 (1): 3-32.

Andrade KVSA, Rodal MJN. 2004. Fisionomia e estrutura de um remanescente de floresta estacional semidecidual de terras baixas no nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 27 (3): 463-474.

Andrade LA, Oliveira FX Nascimento IS, Fabricante JR, Sampaio EV, Barbosa MR. 2006. Análise florística e estrutural de matas ciliares ocorrentes em brejo de altitude no município de Areia, Paraíba. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, 1 (1): 31-40.

APG IV. 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, 181 (1): 1-20.

Cunha MDCL, Silva Júnior MC. 2014. Flora e estrutura de Floresta Estacional Semidecidual Montana nos estados da Paraíba e Pernambuco. Nativa, 2 (2): 95-102.

Cunha MDCL, Silva Júnior MCD, Lima RBD. 2013. Fitossociologia do Estrato Lenhoso de uma floresta estacional semidecidual montana na Paraíba, Brasil. Cerne, 19 (2): 271-280.

Davis CC, Anderson WR. 2010. Uma filogenia genérica completa de Malpighiaceae inferida a partir de dados de seqüência de nucleotídeos e morfologia. American Journal of Botany, 97 (12): 2031-2048.

Dexter KG, Pennington RT, Oliveira-Filho AT, Bueno ML, Miranda PLS, Neves DM. 2018. Inserting tropical dry forests into the discussion on biome transitions in the tropics. Frontiers in Ecology and Evolution, 6 (1): 104.

Di Stasi LC, Hiruma-Lima, CA. 2002. Plantas medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. Editora Unesp.

Felfili JM, Carvalho FA, Haidar RF. 2005. Manual para o monitoramento de parcelas permanentes nos biomas Cerrado e Pantanal. Brasília: Universidade de Brasília,

Departamento de Engenharia Florestal.

Gentry A. 1988. Changes in plant community Diversity and Florístic composition on environmental and geographical gradients. In Annals of the Missouri Botanical Garden 35:1-34.

Gressler E, Pizo MA, Morellato LPC. 2006. Polinização e dispersão de sementes em Myrtaceae do Brasil. Brazilian Journal of Botany 29 (4): 509-530.

Giulietti AM, Harley RM, Queiroz LP, Wanderley MG, Berg CVB. 2005. Biodiversidade e conservação das plantas no Brasil. Megadiversidade 1: 52-60.

Gonzaga APD, Machado ELM, Felfili JM, Pinto JRR. 2017. Brazilian Decidual Tropical Forest enclaves: floristic, structural and environmental variations. Brazilian Journal of Botany, 40 (2): 417-426.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIAE ESTATÍSTICA. 2012. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro, 271 p.

Janzen, D. H. (1988). Management of Habitat Fragments in a Tropical Dry Forest: Growth. Annals of the Missouri Botanical Garden, 75(1): 105-116.

Lins RC. 1989. Áreas de exceção do Agreste de Pernambuco. Recife: Sudene, 1: 1-26.

Lopes CGR, Ferraz EMN, Araújo EL. 2008. Physiognomic-structural characterization of dry-and humid-forest fragments (Atlantic Coastal Forest) in Pernambuco State, NE Brazil. Plant ecology, 198 (1): 1-18.

Lourenço CEL, Barbosa MRV. 2003. Flora da fazenda Ipuarana, Lagoa Seca, Paraíba (guia de campo). Revista Nordestina de Biologia, 17(1/2): 23-58.

Medeiros H, Forzza RC, Acevedo-Rodríguez P. 2016. Wild relatives of guaraná (Paullinia cupana, Sapindaceae) in southwestern Brazilian Amazon. Systematic Botany, 41(1), 202-228.

Melo AS. 2008. O que ganhamos “confundindo” riqueza de espécies e equabilidade em um índice de diversidade?. Biota Neotropica. 8 (3): 21-27.

Miranda PLS, Oliveira‐Filho AT, Pennington RT, Neves DM, Baker TR, Dexter KG. 2018. Using tree species inventories to map biomes and assess their climatic overlaps in lowland tropical South America. Global ecology and biogeography, 27 (8): 899-912.

Murphy PG, Lugo A. 1986. Ecology of tropical dry forest. Annual Review Ecology and Systematics, 17 (1): 67-88.

Nascimento LD, Rodal MJN. 2008. Fisionomia e estrutura de uma floresta estacional montana do maciço da Borborema, Pernambuco-Brasil. Revista Brasileira de Botânica, 31 (1): 27-39.

Oliveira-Filho AT, Ratter JA. 1995. A study of the origin of central Brazilian forests by the analysis of plant species distribution patterns. Edinburgh Journal of Botany, 52(2): 141-194.

Pennington RT, Lehmann CER, Rowland LM. 2018. Tropical savanas e florestas secas. Current Biology, 28 (9): 541-545.

Pennington RT, Prado DE, Pendry CA. 2000. Neotropical seasonally dry forests and Quaternary vegetation changes. Journal of Biogeography, 27 (2): 261-273.

Pereira IM, Andrade LAD, Barbosa MRDV, Sampaio E. 2002. Composição florística e análise fitossociológica do componente arbustivo-arbóreo de um remanescente florestal no agreste paraibano. Acta Botanica Brasilica, 16 (3): 357-369.

R Core Team. 2019. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. https://www.r-project.org/.

Rodal MJN, Barbosa MRV, Thomas WW. 2008. Do the seasonal forests in northeastern Brazil represent a single floristic unit?. Brazilian Journal of Biology, 68 (3): 467-475.

Rodal MJN, Lucena MDFA, Andrade KVSA, Melo AD. 2005. Mata do Toró: uma floresta estacional semidecidual de terras baixas no nordeste do Brasil. Hoehnea, 32 (2): 283-294.

Rodal MJN, Nascimento LD. 2002. Levantamento florístico da floresta serrana da reserva biológica de Serra Negra, microrregião de Itaparica, Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica, 16 (4), 481-500.

Rodal MJN, Nascimento LD. 2006. The arboreal component of a dry forest in northeastern Brazil. Brazilian Journal of Biology, 66 (2A): 479-491.

Sá CFC. 2015. Nyctaginaceae. In Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB10913>. Acesso em: 05 Jul. 2019.

Salimon CI, Negrelle RRB. 2001. Natural Regeneration in a Quaternary Coastal Plain in Southern Brazilian Atlantic Rain Forest. Brazilian Archives of Biology and Technology 44(2):155-163.

Santana JP, Rocha PA, Silva EVO, Prata APN, Ribeiro AS. 2018. Phenological patterns of zoochoric shrub and tree species in two areas of Ibura National Forest, Northeastern Brazil. Neotropical Biology and Conservation, 13(3): 212-223.

Santos JNB, Medeiros RLS, Santos TED, Barros AP, Oliveira EJBL, Fernande FAS, Wanderley MJA, Barbosa AS. 2018. Diversity and Structure of Adult and Regenerating Arbor Component in Forest ‘Submontana’, Paraíba-Brazil. Journal of Experimental Agriculture International, 25 (5): 1-14.

Sobral M, Proença C, Souza M, Mazine, F, Lucas E. 2015. Myrtaceae. In Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB171>. Acesso em: 05 Jul. 2019.

Tabarelli M, Santos AMM. 2004. Uma breve descrição sobre a história natural dos brejos nordestinos. In: Pôrto KC, Cabral JJP, Tabarelli M. (Eds). Brejos de Altitude em Pernambuco e Paraíba, História Natural, Ecologia e Conservação. Brasília, MMA, p. 229-254.

Downloads

Publicado

2019-12-30

Como Citar

PINTO, A. S.; MONTEIRO, F. K. da S.; LOPES, S. de F. Estrutura e composição florística de um fragmento de floresta semidecídua na região agreste do estado da Paraíba, Nordeste brasileiro. Gaia Scientia, [S. l.], v. 13, n. 4, 2019. DOI: 10.22478/ufpb.1981-1268.2019v13n4.47659. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/gaia/article/view/47659. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Ciências Ambientais