Impactos sociais do deslocamento compulsório por grandes barragens no Brasil: uma revisão sistemática sob a recomendação PRISMA
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2022v16n3.61678Resumo
Devido as concepções, características e a qualificação dos impactos sociais resultantes de barramentos hidroelétricos, verifica-se o estado da arte sobre a aplicação e consequências de ações compensatórias em populações camponesas ou ribeirinhas compulsoriamente relocadas no Brasil. Em busca eletrônica, procurou-se artigos originais em dezembro de 2020, que descrevem os impactos sociais à atingidos por barragens no Brasil. Foram analisados 20 estudos, selecionados pelo método PRISMA. Os impactos sociais à atingidos por barragens despertaram o interesse da comunidade científica nos últimos cinco anos (2016-2020), voltado a Amazônia Legal, alocando cerca de 70% dos estudos. Relataram fenômenos de desestabilização econômica, dessocialização, desculturalização e desterritorialização da população e os processos de adoecimento físicos e psicossociais relacionados ao deslocamento compulsório. As ações compensatórias de reterritorialização são insuficientes para a readequação do cotidiano. Confirmam-se os impactos sociais diretos e indiretos causados por projetos desenvolvimentistas, diante a poucos e breves resultados positivos. Os novos projetos de infraestrutura devem readequar seus conceitos respeitando os diferentes cotidianos, características populacionais e espaços territoriais, de forma que as ações compensatórias possam favorecer um desenvolvimento mais sustentável da população, quer seja em curto ou longo prazo.