O CONCEITO DE RAZÃO ENTRE HEGEL E KANT: A CRÍTICA HEGELIANA AO DUALISMO TRANSCENDENTAL KANTIANO
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v9i1.38725Palavras-chave:
Razão, Hegel, Kant, Sujeito e objeto.Resumo
Este trabalho revisita a crítica hegeliana à compreensão kantiana da razão enquanto identidade entre o sujeito e o objeto, a partir da demonstração das diferenças entre a identidade que Kant afirma ter alcançado com a dedução transcendental e o que Hegel se referiu como razão. O ponto de partida aqui é a busca, comum a ambos, em resolver a questão entre razão e liberdade, cada um no seu tempo, e assim cumprir a tarefa prometida pelo idealismo alemão de criar uma filosofia verdadeiramente racional. Resgatamos como Hegel demonstra que Kant continuou preso à dicotomia sujeito e objeto à medida que estabelece uma diferença instransponível entre estes. Segundo Hegel, Kant sucumbe ao dualismo do sujeito e do objeto e, portanto, falha em sua missão crítica da razão, do Iluminismo e da própria modernidade. Kant postula que as determinações conceituais do sujeito pensante não podem jamais ser conhecidas como sendo aquelas do próprio ser. Assim, exploramos como Hegel atua de forma crítica precisamente dentro desta situação criada por Kant. O objetivo deste artigo não é precisamente uma elaboração original, mas contribuir para o esclarecimento de questões atinentes ao estudo do idealismo alemão no esteio de pensadores que promoveram uma reformulação da tradição idealista e da metafísica.
Downloads
Referências
ADORNO, Theodor W. Três estudos sobre Hegel. – I ed. – São Paulo: Editora Unesp, 2013.
ARAÚJO, Wécio Pinheiro. A filosofia prática de Kant: notas sobre vontade e moralidade na Fundamentação da Metafísica dos Costumes. In: Problemata International Journal Philosophy (Problemata: Revista Internacional de Filosofia) v. 8. n. 3 (2017), p. 69-77 ISSN 2236-8612 Disponível em: < http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/problemata/article/view/37242 > Acesso: 13.01.2018.
BRUNELLI, Maria Rodrigues de Mello. Nota sobre lógica predicativa e lógica especulativa em Hegel. Revista Síntese, v. 12, n. 33, 1985, p. 73-76. Disponível em: < http://faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/2016 > Acesso em: 22/08/2016.
DUDLEY, Will. Idealismo alemão. Tradução de Jacques A. Wainberg. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2013. – (Série Pensamento Moderno).
CAVALCANTI FILHO, Theóphilo. A Dissertação de 1770 e a formação do jovem Hegel. In: Revista Brasileira de Filosofia, v. XX, fasc. 80, out-nov-dez de 1970, p.355-362.
GADAMER, Hans-Georg. Hegel’s Dialectic – Five Hermeneutical Studies. – New Haven and London, Yale University Press, 1976.
______. Hegel-Husserl-Heidegger. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2012.
HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência como “ideologia”. – I. ed. – São Paulo : Editora Unesp, 2014.
HEGEL, G. W. F. Ciência da Lógica – 1. A doutrina do ser. [traduzido por Christian G. Iber, Marloren L. Miranda e Federico Orsinil]. Petrópolis, RJ : Vozes ; Bragança Paulista, SP : Editora Universitária São Francisco, 2016 – (Coleção Pensamento Humano).
______. Enzyklopädie der philosophischen Wissenschaft im Grundrisse. – Hauptwerke : in sechs Bänden – Hamburg : Felix Meiner Verlag, Bd. 6, 1999c.
______. Grundlinien der Philosophie des Rechts. – Hauptwerke : in sechs Bänden – Hamburg : Felix Meiner Verlag, Bd. 5, 1999a.
______. Phänomenologie des Geistes. Nachwort von Lorenz Bruno Puntel. Reclam und Universal-Bibliothek Nr. 8460. – GmbH. & Co., Stuttgart, 1987.
______. Phänomenologie des Geistes. : Hauptwerke : in sechs Bänden – Hamburg : Meiner, Bd. 2., 1999b.
______. Princípios da Filosofia do Direito. – São Paulo : Ícone, 1997.
______. Fenomenologia do Espírito [Phänomenologie des Geistes]. – 5. ed. – Petrópolis, RJ
: Vozes : Bragança Paulista, Editora Universitária São Francisco, 2008.
______. “Quem pensa abstratamente?”. Revista Síntese Nova Fase, v. 22., n. 69, 1995. Disponível em: < http://faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/view/1125 >. Acesso em 14. jan. 2018.
HONNETH, Axel. Trabalho e reconhecimento. Civitas – Revista de Ciências Sociais, v. 8, n. 1, jan.-abr. 2008. Disponível em: < http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/view/4321 > Acesso em: 04/06/2017.
INWOOD, Michael. Dicionário Hegel. – tradução, Álvaro Cabral; revisão técnica, Karla Chediak. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1997 (Dicionário de Filósofos).
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Título original: Kritik der reinen Vernunft. In: KANT, 1ª. edição, Abril S.A. Cultural e Industrial, São Paulo, 1974 (Coleção Os Pensadores, Vol. XXV).
_______. Kritik der reinen Vernunft. In: Die Drei Kritiken. Anaconda Verlag GmbH, Köln, 2015.
KOJEVE, Alexandre. Introdução à leitura de Hegel. Tradução Estela dos Santos Abreu. – Rio de Janeiro : Contraponto : EDUERJ, 2002.
KONDER, Leandro. Hegel: a razão quase enlouquecida. – Rio de Janeiro : Campus, 1991.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. Tradução, apresentação e notas de Jesus Ranieri. - 2. reimp. - São Paulo : Boitempo Editorial, 2008.
MENESES, Djacir. Análise hegeliana da “coisa”. In: Revista Brasileira de Filosofia, v. XX, fasc. 80, out-nov-dez de 1970, p.373-383.
NÓBREGA, Francisco Pereira. Compreender Hegel. – Rio de Janeiro : Vozes, 2005.
PERTILE, José Pinheiro. O Estado Racional Hegeliano. Revista Veritas, v. 56, n. 3, set./dez. 2011, p. 9-25.
RICOEUR, Paul. A ideologia e a utopia. – 1 ed. – Belo Horizonte : Autêntica Editora, 2015 (Coleção Filô).
RUSSEL, Bertrand. História da Filosofia Ocidental. Título Original: History of Western Philosophy. Tradução: Brenno Silveira. 3ª. edição. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1968.
ZIZEK, Slavoj. Menos que nada: Hegel e a sombra do materialismo dialético. – São Paulo : Boitempo, 2013.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).