HOBBES, PITKIN E A REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

Autores

  • Delmo Mattos da Silva UniCeuma
  • Beatriz Marques Ubaldo Uniceuma

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v9i4.40661

Palavras-chave:

ações, representação, identidade, contrato, atores, convenção.

Resumo

O presente artigo pretende examinar a tensão argumentativa presente no capítulo XVI do Leviathan, especialmente no que diz respeito ao cenário teatral político composto por determinados elementos teóricos, tais como a pessoal natural e artificial, atribuições de ações e palavras, de um lado, autorização e autoridade política, de outro lado. Evidencia-se que a correta contextualização desses elementos teóricos torna-se imprescindível para se determinar os pressupostos da construção de uma identidade entre a vontade e as ações do ator e do autor no âmbito da constituição da pessoa civil pública. Essa identidade demonstra, por sua vez, que a teoria da representação política desenvolvida no Leviathan, sustenta-se a partir de uma identificação correlacional entre aquele que autoriza uma ação e, respectivamente, aquele que é autorizado a agir em nome de outro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Delmo Mattos da Silva, UniCeuma

Realizou DOUTORADO em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008), MESTRADO em Filosofia, com Bolsa CAPES, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003) e BACHARELADO em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000). Em 2018 concluiu o Estágio de Pós-doutorado em Teoria do Direito, PPGDIR (UFMA). No âmbito da Pós-Graduação, atua como Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Direito e Instituições do Sistema de Justiça, vinculado a Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Atua como Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente ? UniCEUMA. É líder do Grupo de Pesquisa Justiça, Poder e Relações Éticas na Contemporaneidade - (UniCEUMA - Cadastrado no Diretório do Grupo de Pesquisa do CNPq/2015). Pesquisador do Grupo de Pesquisa Contratualismo Moral e Político (UFRRJ - Cadastrado no Diretório do Grupo de Pesquisa do CNPq/2014). Pesquisador com projeto de pesquisa aprovado na FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão). Íntegra como membro do Núcleo Estruturante do GT Hobbes, da ANPOF. Na graduação, atua como Professor de Filosofia Jurídica na UNDB e UNICEUMA. Possui experiência na área Filosofia e Direito, com ênfase em nas temáticas relacionadas à Ética, Filosofia do Direito e a Filosofia Política. Os principais objetos de pesquisa são: Contratualismo Político e Constitucionalismo, Ética aplicada: Bioética, Biodireito e Ética ambiental, a problemática da justiça em seus diferentes desdobramentos teóricos. Autor do livro: O problema da liberdade e a liberdade como problema em Thomas Hobbes, ( Ed. Multifoco), 2014.

Beatriz Marques Ubaldo, Uniceuma

Possui graduação em Administração - Unidade de Ensino Superior Dom Bosco (2011). Pós graduada em Administração de Empresas, com experiência na área de gestão e administração de empresa (ISAN/FGV) e Especialização em Sistema de Gestão Integrada da Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Responsabilidade Social (SENAC/SP). Possui também o curso de Auditora Líder do Sistema de Gestão Integrada da Qualidade, Segurança e Meio Ambiente, Curso de Auditora Interna da Norma Iso 9001: 2008 e o Curso de Licitações e Contratos Administrativos tais cursos foram essenciais para agregar conhecimento na área de Gestão da Qualidade. Com o interesse de conhecer novos mercados e aprimorar a visão holística, atualmente é Mestranda do curso de Meio Ambiente (CEUMA) o qual vem a somar com experiencia e conhecimento no campo da Gestão Ambiental e Sustentabilidade Corporativa. "A curiosidade me move, a leitura me estimula ao debate agregando senso crítico, assim o conhecimento se transborda e o aprendizado se perpetua"

Referências

COPP, David. Hobbes on artificial persons and collective actions. The Philosophical Review, 89 (4), pp. 579-606, 1980.

DUMOUCHEL, Paul. Persona: Reason and Representation in Hobbes's Political Philosophy. SubStance, 25 (2), pp. 68-80, 1996.

JAUME, Lucien. Hobbes et l’État représentatif moderne, Paris: Presses Universitaires de France, 1986.

______. Le Vocabulaire de la Représentation Politique, in: ZARKA Y. C. (org.). Hobbes et son vocabulaire, Paris: Vrin, 1992.

DERRIDA, Jacques, Sending: On Representation, Social Research, 49.2 (1982), pp. 294-326 (p. 298).

GILL, Christopher. Personhood and Personality: The four-Personae Theory in Cicero, De Officiis”. Oxford Studies in Ancient Philosophy, Vol. 6. Oxford: Oxford University Press, pp. 169-199, 1988.

HOBBES, Thomas. Leviathan, or The Matter, Forme and Power of a Commonwealth Ecclesiasticall and Civil. Ed. C. B. Macpherson. Harmondsworth: Penguin Books, 1968.

______. Elementorum philosophiae sectio secunda De homine. London, 1658.

______. Leviathan, sive De materia, forma, & potestate civitatis ecclesiasticae et civilis. London,1668.

______.Elementos da Lei Natural e Política. Trad. Bruno Simões e Rev. Aníbal Mari. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

______.Do cidadão. Elementos Filosóficos a Respeito do cidadão. Tradução de Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002

HAMPTON, Jean. The Intrinsic Worth of Persons: Contractarianism in Moral and Political Philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.

HILL, Christopher. Covenant Theology and the Concept of ‘A Public Person’”. In: Power, Possessions, and Freedom: Essays in Honour of C.B. Macpherson. Ed. Alkis Kontos. Toronto: University of Toronto Press, pp. 3-22, 1979.

KROM, M., The Limits of Reason in Hobbes's Commonwealth, New York: Continuum Press, 2011.

MORTON, Adam. Why there is no Concept of a Person. In: The Person and the Human Mind: Issues in Ancient and Modern Philosophy. Ed. Christopher Gill. Oxford: Oxford University Press, pp. 39-60, 2001.

OSTRENSKY, Eunice. Soberania e representação: Hobbes, Parlamentaristas e Levellers. Lua Nova, São Paulo, 80: 151-179, 2010

PITKIN, Hanna. The Concept of Representation. Londres: University of California Press, 1967.

POLIN, Raymond. Politique et philosophie politique chez Hobbes, Paris: P.U.F., 1953.

RUNCIMAN, David. Pluralism and the Personality of the State. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.

______. What Kind of Person is Hobbes's State? A Reply to Skinner. The Journal of Political Philosophy, 8 (2), pp. 268-278, 2000.

______. Hobbes’s theory of representation: anti-democratic or proto-democratic? In: Political Representation. Ed. Ian Shapiro, et al. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 15-34, 2009.

RORTY OKSENBERG, Amélie. 2001. “Persons and Personae”. In: The Person and the Human Mind : Issues in Ancient and Modern Philosophy. Ed. Christopher Gill. Oxford: Oxford University Press, pp. 21-38.

SKINNER, Quentin. Hobbes and the Purely Artificial Person of the State”, in: Visions of Politics: Hobbes and the Civil Science, Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

______. Hobbes on Representation, European Journal of Philosophy, 13 (2): 155–184, 2005.

______. Hobbes on Persons, Authors and Representatives. In: The Cambridge Companion to Hobbes’s Leviathan. Ed. Patricia Springborg. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 157-180, 2007.

TUKIAINEN, Arto. The Commonwealth as a Person in Hobbes's Leviathan. Hobbes Studies, 7 (1), pp. 44-55, 1994.

THORBURN, W. M. “What is a Person?”. Mind, 26 (103), pp. 291-316, 1917.

TRICAUD, François. 1982. “An Investigation Concerning the Usage of the Words‘Person’ and ‘Persona’ in the Political Treatises of Hobbes”. In: Thomas Hobbes: His View of Man. Ed. J. G. van der Bend. Amsterdam: Rodopi, pp. 89-98.

ZARKA, Yves Charles. Hobbes et la pensée politique moderne. Quadrige/PUF: Paris, 2001.

______. (org.). Hobbes et son vocabulaire, Paris: Vrin, 1992.

WALDMAN, Theodore. “Hobbes on the Generation of a Public Person”. In: Thomas Hobbes in His Time. Ed. Ralph Ross et al. Minneapolis: University of Minnesota Press, pp. 61-83, 1974.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

17-12-2018

Edição

Seção

Artigos