HOBBES, PITKIN E A REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v9i4.40661Palavras-chave:
ações, representação, identidade, contrato, atores, convenção.Resumo
O presente artigo pretende examinar a tensão argumentativa presente no capítulo XVI do Leviathan, especialmente no que diz respeito ao cenário teatral político composto por determinados elementos teóricos, tais como a pessoal natural e artificial, atribuições de ações e palavras, de um lado, autorização e autoridade política, de outro lado. Evidencia-se que a correta contextualização desses elementos teóricos torna-se imprescindível para se determinar os pressupostos da construção de uma identidade entre a vontade e as ações do ator e do autor no âmbito da constituição da pessoa civil pública. Essa identidade demonstra, por sua vez, que a teoria da representação política desenvolvida no Leviathan, sustenta-se a partir de uma identificação correlacional entre aquele que autoriza uma ação e, respectivamente, aquele que é autorizado a agir em nome de outro.
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