O (DES)PRENDIMENTO DA SACRALIZAÇÃO DOS ANIMAIS NÃO HUMANOS E A LITERATURA CONTEMPORÂNEA:
UMA ANÁLISE A PARTIR DE PETER SINGER
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v15i1.69308Palavras-chave:
Animais Não Humanos, Sacralização, Singer, LiteraturaResumo
O objetivo do artigo versa sobre a compreensão do (des) prendimento da ótica da sacralização dos animais não humanos a partir da análise de Peter Singer (1946). Procuraremos traçar, paulatinamente, uma linha do tempo acerca dos problemas que incorrem o usufruto do animal não humano ao bel-prazer do homem, por meio da sacralização, propondo ao mesmo tempo reverberações que incidam no bem-estar animal. No primeiro momento, abordaremos como a religião cristã introduziu na sociedade a ideia de superioridade da espécie humana. Depois, mostraremos como a modernidade/contemporaneidade encara a questão animal, observando se adota a manutenção das mesmas predileções sacras ou se já assevera incursões empáticas para com as demais espécies animais. Concluímos, a partir de um olhar sobre o holocausto histórico e sacrificial, que os desdobramentos acerca da utilização dos animais não humanos foram alvo da facticidade histórica, que os estabeleciam como meros instrumentos ritualísticos, mas que a literatura já assevera incursões para adotarmos uma postura solidária para com as variadas espécies animais.
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