O ENSINO DE FILOSOFIA:
ASPECTOS MERLEAU-PONTYANOS SOBRE A CORPOREIDADE E A EXPERIÊNCIA DO PENSAR PELAS MÃOS QUE FALAM
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v16i1.69704Palavras-chave:
corporeidade, movimento, linguagem, fala, Merleau-PontyResumo
Como resultado de pesquisa teórico-metodológica referente ao Programa de Pós-Graduação em Rede, o presente trabalho tem como intento estabelecer um elo entre a Filosofia e a Libras numa proposta que culminou na elaboração de material didático-pedagógico do ensino de Filosofia pela experiência da Libras. A Filosofia uma vez instaurada no universo escolar precisa exercer de maneira crítico-reflexiva um despertar constante para a práxis, e, portanto, ter papel ativo e transformador na relação professor-aluno. Nesse sentido, uma educação que estabeleça elos que sejam verdadeiramente inclusivos e voltados à cidadania se faz necessário. A partir de estudos à luz do pensamento de Maurice Merleau-Ponty podemos fortalecer esses elos quando passamos a compreender como a experiência de corporeidade nos proporciona tanto com a Filosofia quanto com a Libras uma relação direta da linguagem de um corpo-sujeito. Nos mais diversos teóricos estudados e, principalmente o já citado aqui, observa-se conceitos como percepção, corpo, corpo-próprio, expressão, linguagem, movimento e fala. Refletir essas temáticas buscando compreender o universo da língua do surdo nos propicia grande sustentabilidade nas abordagens de nossos estudos. Para atingir tal intento nos utilizamos de muitas obras, mas como leitura principal, a obra Fenomenologia da percepção de Merleau-Ponty que melhor fundamenta nossas análises.
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