CIDADÃO SEM QUALIDADES:
FALSA LIBERDADE NO LIBERALISMO DE RAWLS
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v15i3.70318Palavras-chave:
Filosofia política, Teoria da justiça, Rawls, Cidadania, CríticaResumo
O objetivo deste artigo é propor uma releitura da concepção de cidadania presente na teoria da justiça de Rawls. Faremos esse estudo, mobilizando as categorias de análise da teoria crítica da sociedade, com as quais identificaremos, por um lado, a força da teoria da justiça de Rawls e, por outro, sua fragilidade diante do Estado administrativo. Por meio do método dialético, mostraremos que os parâmetros categóricos da Teoria da Justiça de Rawls oscilam entre a ideia de soberania popular e o conceito abstrato de cidadão. Como resultado dessa investigação, concluímos que o cidadão rawlsiano é facilmente submetido e neutralizado pela tendência autoritária do Estado administrativo, em detrimento do Estado constitucional. Por conseguinte, o social liberalismo não consegue sustentar um conceito forte de liberdade, que se coadune com o exercício coletivo das liberdades públicas e com a ideia de soberania popular, a qual é incompatível com a concepção individualista ou atomista de cidadania.
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