Nomes descritivos e pensamentos singulares
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v11iEspecial.69966Palavras-chave:
Pensamento singular, Arquivos mentais, Acquaintance, Cognição, Identificação e rastreamentoResumo
O objetivo deste texto é discutir uma tensão existente na filosofia da linguagem envolvendo nomes descritivos. Nomes descritivos são nomes introduzidos ou fixados na linguagem através de uma descrição definida. A disputa consiste em determinar se a introdução de um nome no discurso gera um novo pensamento singular, i.e., um pensamento direto sobre objeto, que não é mediado por uma descrição definida. Gareth Evans (1982) acredita que nomes descritivos não são capazes de produzir pensamentos singulares, já David Kaplan (1989) acredita que sim, nomes introduzidos por meio de uma descrição geram novos pensamentos singulares. Vamos apresentar duas propostas de solução a essa tensão, as de Marga Reimer e de Recanati. Ambas se consideram tentativas de conciliação entre Evans e Kaplan. No entanto, eu irei argumentar que essas soluções não são reconciliadoras. Por último eu apresento uma noção de pensamento singular inspirada em Robin Jeshion (2010) e Imogen Dickie (2020), que estabelece o foco da atenção como fenômeno na base da formação de pensamentos singulares e explica como nomes descritivos podem gerar pensamentos diretos.
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