Sobre a possibilidade de um diálogo entre Jean-Jacques Rousseau e Arthur Schopenhauer através da escrita: do sentimento natural de piedade à ética da compaixão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18012/arf.v12i1.72760

Palavras-chave:

Rousseau, Schopenhauer, Escrita, Piedade, Compaixão

Resumo

Este artigo objetiva estabelecer uma aproximação entre a escrita autobiográfica de Jean-Jacques Rousseau e a teoria crítica da escrita de Arthur Schopenhauer pelo viés da moral. A metodologia aplicada nesta pesquisa é a de análise crítica de referências bibliográficas. A problemática gira em torno da escrita autobiográfica de Rousseau e da teoria crítica da escrita de Schopenhauer, compreendendo que ambos tinham a intenção de afastar falsas opiniões, censuras e descréditos com os quais tiveram que lidar em suas respectivas épocas. Entende-se que, por meio da escrita, os filósofos denunciavam os males que sofreram, o que permitirá compreender que a filosofia moral de ambos é fundamental para a continuidade de suas produções. A partir desse contexto, constatamos que a relação entre o sentimento de piedade e compaixão explica a razão de ambos continuarem a denunciar os males e vícios das sociedades nas quais estavam inseridos. Para tanto, avaliaremos as diferentes nuances desses conceitos morais e como eles funcionam no processo de identificação com a condição daqueles que estão em estado de sofrimento.

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Biografia do Autor

Luciano da Silva Façanha, Universidade Federal do Maranhão

Pós-Doutorado em Filosofia, estética do Século XVIII - PUC/SP. Doutor e Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Bacharel em Direito pela Universidade Cidade de São Paulo e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão. Atua na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), como professor Associado no Departamento de Filosofia (DEFIL), e, professor permanente do Programa de Pós-graduação em Cultura e Sociedade - Mestrado Interdisciplinar (PPGCult). Foi coordenador do DINTER em Filosofia USP/UFMA; coordena o NEPI Núcleo de Estudos do Pensamento Iluminista; é líder do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Jean-Jacques Rousseau UFMA/FAPEMA/CNPq (GEPI Rousseau UFMA), registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Integrante do Núcleo de sustentação do GT Rousseau e o Iluminismo da ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia). Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase no Pensamento do Século XVIII, atuando principalmente nos temas relacionados à estética do século XVIII, História da Filosofia Moderna, Iluminismo, problemas da linguagem na filosofia, História, Filosofia e Literatura, Belas-Letras e Belas-Artes. Se dedica aos estudos dos filósofos Jean-Jacques Rousseau, Diderot, Voltaire e Montesquieu e a teoria crítica literária contemporânea de Maurice Blanchot e Roland Barthes referentes aos estudos estéticos do XVIII. 

Klisman Lucas de Sousa Castro, Universidade Federal do Maranhão

Mestre em Cultura e Sociedade pelo Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, Mestrado Acadêmico Interdisciplinar da Universidade Federal do Maranhão, com pesquisa voltada para os eixos de Filosofia e Literatura. Pós-graduado em Filosofia e Sociologia pela Faculdade Única - PROMINAS. Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão. Membro do GEPI Rousseau UFMA/FAPEMA/CNPq.

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Arquivos adicionais

Publicado

2025-04-07

Como Citar

Façanha, L. da S., & de Sousa Castro, K. L. . (2025). Sobre a possibilidade de um diálogo entre Jean-Jacques Rousseau e Arthur Schopenhauer através da escrita: do sentimento natural de piedade à ética da compaixão. Aufklärung: Journal of Philosophy, 12(1), p.43–60. https://doi.org/10.18012/arf.v12i1.72760

Edição

Seção

Artigos