Tempo, espaço e causalidade na primeira e segunda fases do pensamento de Nietzsche a partir de um estudo comparativo com a epistemologia de Schopenhauer
DOI:
https://doi.org/10.18012/arf.v11i1.67606Palavras-chave:
Espaço, Tempo, Causalidade, Intelecto, EpistemologiaResumo
O presente artigo contém duas tarefas: investigar as noções de espaço, tempo e causalidade na teoria do conhecimento de Schopenhauer e, subsequentemente, realizar um estudo comparativo dos resultados obtidos com as considerações epistemológicas entre a primeira e a segunda fase do pensamento de Nietzsche. Compreende-se que conclusões concernentes ao mundo como representação tiveram eco nas primeiras digressões do autor de O nascimento da tragédia sobre as concepções de espaço, tempo e causalidade. No entanto, os afastamentos começam a ser percebidos ainda nos primeiros anos da década de 1870. Opta-se por denominar as reflexões sobre o conhecimento até Sobre verdade e mentira em um sentido extramoral, tendo em vista, além da assistematicidade das abordagens nietzschianas, o amadurecimento das investigações epistemológicas em Humano, demasiado humano. Discute-se como os moldes naturalistas da segunda fase da atividade intelectual de Nietzsche encontram implicações em suas concepções de espaço, tempo e, sobretudo, causalidade. Ressalta-se, no entanto, não ser a intenção deste trabalho defender que a epistemologia de Nietzsche seja originalmente oriunda de Schopenhauer ou que dependa exclusivamente das noções aqui estudadas.
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