Um mundo narrado entre o local e o global: biografia, guerra e memória na ficção de Chimamanda Adichie
Mots-clés :
Biografia; Literatura africana; Mundos Narrados; Memória.Résumé
RESUMO:
Propomos neste trabalho discutir possibilidades de leitura e compreensão dos mundos narrados por meio das grafias ficcionais Meio Sol Amarelo e Americanah da nigeriana radicada nos Estados Unidos, Chimamanda Adichie. Partindo da noção de “um mundo narrado” de Tim Ingold, percebemos a escrita como uma grafia que tem proximidade com outras como, por exemplo, a costura e o bordado. Com agulhas ou escrita, uma textualidade se forma. Um mundo narrado é feito pela costura num tecido de inúmeras linhas vitais, pessoas e coisas não tanto existem como acontecem e são identificadas pelos próprios caminhos (trajetórias, histórias) de onde vieram ou para onde estão indo, como as origens geográficas, sociais e culturais. Traçam juntos itinerários singulares, possíveis graças a uma rede de relações mais amplas. Se grafia vem do gráphein, que quer dizer escrita, que tipo de escrita conseguiria acompanhar a vida? Escrever não se restringe ao texto escrito. Então, que escrita inscreve oralidades e experiências vividas?