Caracterização sócio-econômica de agricultores familiares, comércio, uso e intoxicações por agrotóxicos em Arapiraca/AL, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1981-1268.2020v14n1.50522Abstract
Esta pesquisa objetivou a caracterização sócio-econômica de agricultores familiares, quantificar o comércio, o uso e os casos de intoxicação por agrotóxicos em Arapiraca/AL. Realizou-se entrevistas a 31 agricultores familiares, oito revendedoras de agrotóxicos, além de uma pesquisa retrospectiva e documental sobre as intoxicações exógenas entre 2008 e 2018. Observou-se que há predominância de mão de obra masculina (64,5%) entre os agricultores familiares entrevistados, baixo nível de escolaridade (61,3%) que, apesar de receberem assistência técnica (90,3%), não têm acesso a linhas de crédito (74,2%), refletindo na baixa renda familiar. Os agrotóxicos mais citados entre os usuários foram os inseticidas, com prevalência aos extremamente tóxicos (36,4%). A falta de capacitação dos agricultores (71%), associada ao baixo nível
de escolaridade e a falta de campanhas educativas podem ter influenciado o uso inadequado de EPIs (48,4%), refletindo nos 766 registros de intoxicações por agrotóxicos em Arapiraca. Em relação ao volume comercializado em 2018, liderou o herbicida 2,4-D, com mais de 214,6 mil litros vendidos. Estas informações evidenciam que as intoxicações exógenas constituem problemas de saúde pública e que o monitoramento dos registros e o acompanhamento pelos agentes de saúde, investimentos em trabalhos de extensão rural e assistência técnica poderão reduzir sensivelmente o problema.
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