O quê Christine de Pizan nos faz pensar
Palavras-chave:
Christine de Pizan, Cidade das Damas, Condição da Mulher, História da FilosofiaResumo
A leitura d’O Livro da Cidade das Damas pode provocar alguma perplexidade em estudantes universitários não habituados a considerar, nas pesquisas ou no ensino, autoras na história da filosofia. Tratamos, neste artigo, do impacto da recepção da obra de Christine de Pizan na disciplina de graduação Ideias Filosóficas em Forma Literária, na Universidade de Brasília (UnB) em 2012. Buscamos pensar, com os estudantes, o que este texto pode sugerir para uma reflexão filosófica que considere a existência de autoras em sua história, num duplo entendimento, contextual e extemporâneo de Christine de Pizan. Especialmente sua formulação do problema da misoginia, e sua estratégia argumentativa alegórica e exemplar em defesa das virtudes femininas na pluralidade da condição das mulheres, o que será tratado em um próximo artigo. Aqui, apresentamos algumas considerações filosóficas preliminares para ler Christine de Pizan. Na sequência, nos ocuparemos de suas estratégias filosófico-literárias n’O Livro da Cidade das Damas.
Downloads
Referências
BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo. Volume 1 - Fatos e Mitos;Volume 2 – A Experiência Vivida. 3ªed. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
BURCKHARDT, J. A Cultura do Renascimento na Itália. Tradução de Vera Lúcia O. Samento e Fernando de Azevedo Corrêa. Brasília: Ed.UnB, 1991.
GILSON, E. Heloísa e Abelardo. Tradução de Henrique Ré. São Paulo: Ed.USP, 2007.
GREEN. K. “Christine de Pisan and Thomas Hobbes.” In: MAcALISTER, L.L. (Editor). Hypatia’s Daughters. Fifteen Hundred Years of Women Philosophers. Indiana University Press, 1996.
LEITE, L. Christine de Pizan:uma resistência no aprendizado da moral da resignação. [Tese de doutorado] São Paulo: USP, PPG Letras, Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras, 2008.
LLOBET, L. E. Christine de Pizan (1364-1430). Madrid: Ediciones del Orto, 1999.
MARTINO, G, e BRUZZESE, M. Las filósofas. Las mujeres protagonistas en la história del pensamiento. Traducción de Mónica Poole. Madrid: Cátedra, 1996.
PERNOUD, R. Cristina de Pizán. Traducción de María Tabuyo e Agustín López. Barcelona: José J. de Olañeta, Editor, 2000.
PEREIRA, R.C.M. “A Literatura de Cavalaria na Cultura do Ocidente Medieval.” In: ZIERER, A. e FEITOSA, M. M. Literatura e História Antiga e Medival. Diálogos Interdisciplinares. São Luís: Ed. UFMA, 2011.
PIZAN, C. A Cidade das Damas. Tradução e Apresentação brasileira de Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne. Florianópolis: Editora Mulheres, 2012. A Cidade das Damas: a construção da memória feminina no imaginário utópico de Christine de Pizan. Estudo e Tradução. [Tese de Doutorado] Recife; UFPE, PPG Letras, 2006.
PIZÁN, C. La Ciudad de las Damas. Edición a cargo de Marie-José Lemarchand, Introducción y Notas. Biblioteca Medieval, vol VII. 2ª ed. Madrid: Siruela, 2001.
PISAN, C. The Book of The City of Ladies. Translated by Earl Jeffrey Richards, Foreword by Natalie Zemon Davis. Revised Edition. New York: Persea Books, 1998.
WAITHE, M. E. (Editor) A History of Women Philosophers. Volume II - Medieval, Renaissance and Enlightenmient Women Philosophers.A.D. 500-1600. Minnesota: Kluwer Academic Plublishers, 1989.
ZAMBRANO, M. “La “guía”, forma del pensamiento.” In: Hacia un saber sobre el alma. 1ª edição. Buenos Aires: Losada, 2005.