Uma lógica para os sentidos: entrevista com Fernando Bonassi
Palavras-chave:
Fernando Bonassi, Literatura Infantojuvenil, Contemporaneidade, EntrevistaResumo
Nascido em São Paulo (1962), Fernando Bonassi destaca-se como contista, roteirista, dramaturgo, romancista e cineasta premiado internacionalmente. Várias de suas produções estão publicadas em antologias brasileiras e estrangeiras. Como autor de literatura e como produtor cinematográfico, reconhecido pela crítica pelo poder corrosivo e cáustico de sua linguagem artística, Bonassi demonstra especiais habilidades comunicativas de expressar ficcionalmente faces do mundo contemporâneo tão marcado por consumismo, violência e instantaneidades. Seus livros 100 histórias colhidas da rua (Editora Scritta, 1996) e Passaporte (Editora Cosac & Naify, 2001) podem, certamente, constar entre as melhores coletâneas de micronarrativas publicadas no Brasil nas últimas décadas. Neste último, por exemplo, tendo o passaporte como metonímia, narradores múltiplos empreendem uma flânerie por espaços diversos do mundo, como se percorressem labirintos de uma cidade única que apenas muda de nome, com fronteiras imaginárias: o que se representa, nessas breves crônicas do cotidiano, é o humano, em sua contundente realidade de derrisão utópica. Para o cinema, Bonassi produziu roteiros de Os matadores, Carandiru, Garotas do ABC, Cazuza, Através da janela, Castelo Rá Tim Bum; destaca-se, também, com as produções teatrais de Preso entre ferragens, Três cigarros e a Última Lasanha, além de ter escrito e dirigido o monólogo O incrível menino na fotografia – entre outros textos. Entre suas produções destinadas ao público infantil e juvenil, incluem-se os títulos: Uma carta para Deus (Formato, 1997), O pequeno fascista (Cosac Naify, 2005), Diário de guerra de São Paulo (Publifolha, 2007) e Montanha-russa (Cosac Naify, 2008). Na entrevista a seguir, o autor fala de sua produção destinada ao público infantil e juvenil: sua sensibilidade e atenção para a contemporaneidade e a crueza das relações sociais que afetam a infância e a juventude reverberam na estética de Bonassi, trazendo provocações intensas ao leitor, oferecendo, de certo modo, uma espécie de lógica potente para compreensão dos sentidos.
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Referências
BONASSI, Fernando. Montanha-russa. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
MAFFESOLI, Michel. Elogio da razão sensível. Petrópolis: Vozes, 1998.