Por outro imaginário medieval: nos bastidores da literatura (um olhar desde o novo medievalismo)
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2020v22n3.54126Palavras-chave:
Novo Medievalismo, Estudos do Imaginário, Medievo, Literatura, HistóriaResumo
Tratar a Idade Média apresenta um dilema: qual é o referencial que devemos adotar na hora de tentar nos aproximar deste período da nossa história? Desde a sua presumida finalização, o medievo foi objeto de muitas críticas, principalmente desfavoráveis. Apreciações, na maioria das vezes, com o amparo de grandes intelectuais de cada época. Para os humanistas, o período nada produz de relevante; para os ilustrados do século XVIII, o medievo pouco ou nada tinha a aportar. A esperança que abrigava o resgate das tradições parecia que propiciariam, no romantismo, um ambiente adequado para amenizar o ataque contra o medievo. Porém, para a maioria dos intelectuais, a idealização do período desviou o foco e criou uma fantasia de cavaleiros, torneios e alta dose de cortesia. O século XX, com o seu revisionismo, ajudou muito na hora de repensar esta desvirtuação histórica e se tentou redimir, ou, pelo menos, conciliar, a narração dos fatos históricos através da visão mais nítida que nos proporciona o estudo do cotidiano, das mentalidades na configuração do imaginário medieval. Competirá ao século atual pensar, através de linhas teóricas como o Novo Medievalismo e sua proposta multidisciplinar, os conhecimentos sobre o medievo. Um novo século para um novo imaginário medieval. Este trabalho pretende dar a sua contribuição e, para isso, trataremos quatro aspectos que nos permitiram enxergar um possível novo imaginário revelado nas entrelinhas da história e da criação literária: a utopia, o amor cortês, a imagem da mulher e o ideal cavalheiresco.
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