O QUE É NOVO É VELHO

RECONSIDERANDO ADAM KELLY E A NOVA SINCERIDADE NA FORTUNA CRÍTICA DE DAVID FOSTER WALLACE

Autores

  • Kleber Kurowsky UFPR

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2024v26n1.69352

Palavras-chave:

Adam Kelly, Crítica, David Foster Wallace, Ironia, Nova Sinceridade

Resumo

O objetivo deste artigo é fazer um exame da evolução do conceito de Nova Sinceridade dentro da crítica literária que contempla a obra do autor norte-americano David Foster Wallace. Trata-se de um conceito que, desde sua introdução no contexto literário em 2010 por Adam Kelly, passou a ser cada vez mais atrelado a Wallace, ao ponto de a ficção do autor ter se tornado sinônima de Nova Sinceridade e de uma recusa da ironia enquanto recurso comunicativo, literário e retórico. Esta aproximação, entretanto, vem resultando na estagnação do discurso que se formou ao redor das ideias de ironia e de sinceridade na ficção de Wallace, tornando necessário algum tipo de reavaliação daquilo que a Nova Sinceridade representa. Nos últimos anos, cada vez mais estudos empregam a Nova Sinceridade como um caso já encerrado, um fato que não precisa de questionamento, que simples pertence ao autor e a sua ficção. Por conta disso, realizaremos um breve apanhado histórico, verificando como surge o conceito na área da música e como ele é, eventualmente, incorporado por outras áreas do conhecimento, para então verificar como ele foi aplicado na obra de Wallace e, por último, quais foram os desdobramentos disso e o que podemos esperar do futuro dos estudos wallaceana.

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Publicado

30.12.2024

Edição

Seção

MUSEU DE TUDO 3: TEMA LIVRE